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Investidores trocam Brasil por Chile para fugir de incerteza

Com instabilidade política, investidores menos afeitos ao risco estão migrando recursos do mercado brasileiro para o chileno

Chile: investidores que estão dispostos a arriscar, mas querem menos volatilidade que na Argentina ou no Brasil e mais liquidez que no Peru estão migrando recursos para o Chile. (Thinkstock/tifonimages)
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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 13h30.

Qualquer pessoa que alguma vez tenha se aventurado nos mercados de ações latino-americanos sabe que fazê-lo em épocas de turbulência política exige um saudável apetite por risco.

Os índices de ações do Peru e do Brasil estão registrando os maiores ganhos do mundo neste ano, mas também estão entre os mais voláteis.

Existe outra forma de aproveitar a alta sem sofrimento: indo para o Chile . As empresas desse país estreito vendem de tudo, de garrafas a celulose e camisetas, para toda a América Latina.

Isso transforma o índice acionário de referência do Chile em um substituto para os investidores que desejam tirar proveito do otimismo sobre a possibilidade de a iminente eleição presidencial no Peru, o novo presidente da Argentina e a possível saída da presidente do Brasil dar origem a governos mais abertos ao mercado.

Dezenove das 40 ações do IPSA, do Chile, obtêm pelo menos parte de suas receitas em um desses três países.

Embora os ganhos do Chile não sejam nem de perto tão impressionantes quanto os do Ibovespa no Brasil e os do Indice General, do Peru -- 15 por cento em dólares, contra mais de 40 por cento --, o país suportou melhor a queda global dos mercados emergentes no ano passado.

Alguns investidores estrangeiros ansiosos por apostar na turbulência política, mas que querem menos risco do que na Argentina e no Brasil e mais liquidez do que no Peru, poderão ver no Chile uma alternativa atraente, disse Humberto Muñoz, gerente de fundo da MBI Inversiones.

“Faz sentido que mais investidores estejam tentando se expor a ativos que se beneficiarão com um cenário de maior crescimento e que tenham sido golpeados recentemente”, disse Muñoz por telefone, de Santiago.

“As pessoas estão se perguntando, ‘como posso conseguir uma exposição regional?’ e empresas varejistas chilenas como a Cencosud são uma resposta óbvia”.

A Cencosud é a terceira maior empresa de varejo da América Latina e possui receitas com operações em cinco países. A empresa chilena de serviços de tecnologia da informação Sonda obtém 39 por cento de suas receitas no Brasil e a holding de energia Enersis Américas tem 43 por cento de sua capacidade de geração instalada na Argentina.

A empresa varejista Ripley Corp obtém um terço de suas receitas por meio dos consumidores peruanos e seu par SACI Falabella tem 136 lojas e 14 shoppings no Chile.

Em um relatório de 12 de abril o Citigroup recomendou aos investidores a compra de ações da Falabella, da Enersis e da geradora de energia Empresa Nacional de Electricidad para lucrar com a alta esperada das ações peruanas.

Sequência longa

O dinheiro vem retornando lentamente aos fundos chilenos após anos de saídas.

O fundo negociado em bolsa iShares MSCI Chile Capped recebeu US$ 117 milhões em fluxos em 2016 e não registra saídas desde janeiro. Se fechar abril com entradas líquidas, terá conseguido a sequência mais longa desde novembro de 2013.

O Chile é também o menos volátil entre os grandes mercados da região. A volatilidade de 30 dias caiu para 10,1 por cento. No Brasil, o indicador subiu às alturas, para 35 por cento, no momento em que o Senado analisa se deve levar adiante o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A volatilidade é de 33 por cento no Peru, que deverá realizar o segundo turno de sua eleição presidencial em 5 de junho, e de 39 por cento na Argentina, que acaba de retornar aos mercados internacionais de títulos após uma ausência de 15 anos com a eleição de Mauricio Macri, em novembro.

“A mudança política no Brasil e também a recente mudança de governo na Argentina estão beneficiando essas ações”, disse Bradford Jones, gerente de fundos da Sagil Asset Management, em entrevista por telefone.

“Todas essas ações vinham sofrendo pressão, por isso agora que as coisas estão um pouco menos negativas, elas estão se saindo melhor”.

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Qualquer pessoa que alguma vez tenha se aventurado nos mercados de ações latino-americanos sabe que fazê-lo em épocas de turbulência política exige um saudável apetite por risco.

Os índices de ações do Peru e do Brasil estão registrando os maiores ganhos do mundo neste ano, mas também estão entre os mais voláteis.

Existe outra forma de aproveitar a alta sem sofrimento: indo para o Chile . As empresas desse país estreito vendem de tudo, de garrafas a celulose e camisetas, para toda a América Latina.

Isso transforma o índice acionário de referência do Chile em um substituto para os investidores que desejam tirar proveito do otimismo sobre a possibilidade de a iminente eleição presidencial no Peru, o novo presidente da Argentina e a possível saída da presidente do Brasil dar origem a governos mais abertos ao mercado.

Dezenove das 40 ações do IPSA, do Chile, obtêm pelo menos parte de suas receitas em um desses três países.

Embora os ganhos do Chile não sejam nem de perto tão impressionantes quanto os do Ibovespa no Brasil e os do Indice General, do Peru -- 15 por cento em dólares, contra mais de 40 por cento --, o país suportou melhor a queda global dos mercados emergentes no ano passado.

Alguns investidores estrangeiros ansiosos por apostar na turbulência política, mas que querem menos risco do que na Argentina e no Brasil e mais liquidez do que no Peru, poderão ver no Chile uma alternativa atraente, disse Humberto Muñoz, gerente de fundo da MBI Inversiones.

“Faz sentido que mais investidores estejam tentando se expor a ativos que se beneficiarão com um cenário de maior crescimento e que tenham sido golpeados recentemente”, disse Muñoz por telefone, de Santiago.

“As pessoas estão se perguntando, ‘como posso conseguir uma exposição regional?’ e empresas varejistas chilenas como a Cencosud são uma resposta óbvia”.

A Cencosud é a terceira maior empresa de varejo da América Latina e possui receitas com operações em cinco países. A empresa chilena de serviços de tecnologia da informação Sonda obtém 39 por cento de suas receitas no Brasil e a holding de energia Enersis Américas tem 43 por cento de sua capacidade de geração instalada na Argentina.

A empresa varejista Ripley Corp obtém um terço de suas receitas por meio dos consumidores peruanos e seu par SACI Falabella tem 136 lojas e 14 shoppings no Chile.

Em um relatório de 12 de abril o Citigroup recomendou aos investidores a compra de ações da Falabella, da Enersis e da geradora de energia Empresa Nacional de Electricidad para lucrar com a alta esperada das ações peruanas.

Sequência longa

O dinheiro vem retornando lentamente aos fundos chilenos após anos de saídas.

O fundo negociado em bolsa iShares MSCI Chile Capped recebeu US$ 117 milhões em fluxos em 2016 e não registra saídas desde janeiro. Se fechar abril com entradas líquidas, terá conseguido a sequência mais longa desde novembro de 2013.

O Chile é também o menos volátil entre os grandes mercados da região. A volatilidade de 30 dias caiu para 10,1 por cento. No Brasil, o indicador subiu às alturas, para 35 por cento, no momento em que o Senado analisa se deve levar adiante o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A volatilidade é de 33 por cento no Peru, que deverá realizar o segundo turno de sua eleição presidencial em 5 de junho, e de 39 por cento na Argentina, que acaba de retornar aos mercados internacionais de títulos após uma ausência de 15 anos com a eleição de Mauricio Macri, em novembro.

“A mudança política no Brasil e também a recente mudança de governo na Argentina estão beneficiando essas ações”, disse Bradford Jones, gerente de fundos da Sagil Asset Management, em entrevista por telefone.

“Todas essas ações vinham sofrendo pressão, por isso agora que as coisas estão um pouco menos negativas, elas estão se saindo melhor”.

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