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Investidores menores aceitam mais risco na carteira, diz levantamento

Além de maior concentração em menos ativos, há maior busca por ações “apimentados”

Risco: Investidor com menor patrimônio tem mais exposição em renda variável (William_Potter/Getty Images)

Risco: Investidor com menor patrimônio tem mais exposição em renda variável (William_Potter/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de abril de 2020 às 07h14.

Última atualização em 22 de abril de 2020 às 12h18.

Menos dinheiro leva a mais riscos. Isso é o que indica o levantamento feito pelo Gorila com as 150 mil carteiras registradas em sua plataforma. Além de apresentarem maior concentração do patrimônio investido em menos ações, a categoria de investidores com até 100 mil reais investidos também se mostra mais arrojada na hora de escolher em qual ação investir. Os dados são referentes ao último dia do mês de março.

De acordo com o levantamento, as cinco ações com maior concentração representam 9,1% de todo o patrimônio desse grupo, enquanto nas categorias de investidores com 100 mil reais a 1 milhão de reais e de 1 milhão de reais a 10 milhões de reais investidos essa alocação é de 3,5% e 6,1%, respectivamente.

Os ativos selecionados pela categoria com menos dinheiro investido também se mostraram mais “apimentadas”, como diz Guilherme Assis, presidente do Gorila. 

Em meados de fevereiro, a ação da Petrobras era a quinta mais investida pelo grupo, representando 1% da soma de todas as carteiras, enquanto o papel tinha um peso de 4,5% na categoria com mais de 1 milhão de reais investidos. Ao fim de março, depois da  briga entre russos e sauditas que fez o preço do barril de petróleo despencar, a proporção mudou. Sobre muito mais desconfiança, a participação do ativo nos portfólios dos menos abastados mais do que sobrou, passando para 2,3%. Entre os mais ricos, a participação do ativo caiu para 2,2%.

Segundo Assis, aqueles com até 100 mil reais investidos também dão maior preferência para a renda variável, com 30% a 50% de todo o investimento concentrado nessa modalidade. Nos portfólios de quem tem mais de 100 mil aplicados, a proporção gira em torno dos 25% a 35%.

Embora a proporção da renda variável tenha diminuído em março, devido à queda das ações, Assis não viu um movimento de busca por segurança entre os investidores cadastrados em sua plataforma. “Muita gente perdeu dinheiro, mas não teve pânico. A gente viu até algumas pessoas recompondo posições”, afirmou.

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