Investidores brasileiros injetam mais de R$ 9,5 bilhões na bolsa em julho
No mês passado, 175.890 novas contas de diferentes agentes de custódia passaram a poder negociar papéis na B3, totalizando 2,84 milhões de CPFs e CNPJs
Natália Flach
Publicado em 5 de agosto de 2020 às 11h57.
A expectativa de queda da taxa básica de juros acentuou o interesse dos brasileiros em investir em ações. Em julho, eles injetaram pouco mais de 9,5 bilhões de reais na bolsa , antecipando o possível corte da Selic para 2% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 5. Esse montante se refere à diferença entre o total de aportes (180,2 bilhões de reais) e o volume de saques (de 170,7 bilhões de reais). Em contrapartida, os estrangeiros retiraram 8,4 bilhões de reais, enquanto os institucionais sacaram quase 1,4 bilhão de reais no mesmo período.
O dinheiro foi aportado tanto por antigos quanto por novos investidores. Somente em julho, 175.890 novas contas de diferentes agentes de custódia passaram a comprar e vender papéis na B3, totalizando no ano 2,84 milhões de CPFs e CNPJs. Levando em consideração apenas as pessoas físicas , que somam 2,82 milhões, as mulheres respondem por apenas 24,6% do total.
O interesse por ações – e demais ativos de renda variável – se explica não apenas pela queda da rentabilidade de produtos tradicionais de renda fixa, mas também pelo potencial de valorização dos papéis. É que, segundo executivos de empresas que já divulgaram balanço, como do Itaú, o pior da crise já passou.
Esse alívio dos impactos do coronavírus sobre mercado também foi constatado por um estudo da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM . No último boletim de mercado, a autarquia relatou maior apetite por risco por parte dos investidores.
“Ao longo do mês de junho, foi possível observar a manutenção na recuperação para a maior parte dos indicadores representativos de ativos de risco. Isso sinaliza que o choque de volatilidade causado pela pandemia da Covid-19 nos mercados financeiros já está mitigado, ao menos por agora", afirmou Bruno Luna, chefe da assessoria de análise econômica e gestão de riscos da CVM.