Títulos de dívida subordinada de bancos privados passaram a ter um desempenho pior que os papéis do Banco do Brasil SA (Fernando Lemos/VEJA Rio)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 08h59.
São Paulo - A estatização de um banco de US$ 5 bilhões na Holanda está ecoando no mercado de crédito brasileiro. Títulos de dívida subordinada de bancos privados passaram a ter um desempenho pior que os papéis do Banco do Brasil SA.
O rendimento das notas subordinadas junior da emissão de US$ 2 bilhões do BB e cupom de 6,25 por cento caiu 4 pontos-base para 6,33 por cento desde 31 de janeiro, um dia antes do governo holandês assumir o controle do quarto maior banco do país, causando perdas para os detentores de dívida.
A taxa de papéis similares do Banco Bradesco SA subiu 16 ponto-base no mesmo período, enquanto a dos títulos do Itaú Unibanco Holding SA teve alta de 5 pontos-base.
As regras de Basileia III, que exigem níveis mais altos de capital, levaram à captação recorde de US$ 10,3 bilhões em dívida subordinada por bancos brasileiros no ano passado.
A emissão de US$ 2 bilhões em notas perpétuas subordinadas pelo BB ocorreu no mês passado. A estatização do SNS Reaal NV na Holanda trouxe à luz os riscos que investidores correm no caso de calote de bancos privados, segundo a INTL FCStone Inc.
“Apesar de o Banco do Brasil ter ações negociadas em bolsa, seu principal acionista ainda é o governo”, disse Carlos Gribel, vice-presidente para distribuição de dívida da América Latina na INTL FCStone, em entrevista por telefone. “O governo jamais deixaria o Banco do Brasil quebrar.”
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda não respondeu imediatamente ao pedido de comentário. O Banco do Brasil não quis comentar. A assessoria de imprensa do Bradesco não quis comentar. O Itaú não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.