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Ibovespa tem queda em dia volátil; Petrobras cai mais de 4%

Bolsa repercute preocupação com política de preços da estatal e expectativas por um novo auxílio emergencial

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 10h12.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2021 às 18h19.

Em um pregão marcado pela volatilidade, o Ibovespa voltou a cair nesta segunda-feira, 8, com investidores digerindo a possibilidade de uma renovação do auxílio emergencial e com a política de preços da Petrobras (PETR3/PETR4) causando preocupação.  O principal índice da bolsa brasileira recuou 0,45%, para 119.696 pontos.

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Sob pressão de caminhoneiros, a Petrobras teve recomendação rebaixada de “compra” para “neutra” por analistas do Bradesco BBI, que veem dificuldade de a empresa precificar o diesel em linha com o mercado internacional.

Após afirmar, na semana passada, que não iria intervir na estatal, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o tema nesta manhã. Segundo ele, o governo vem atuando em cima do óleo diesel e estuda um ICMS fixo sobre o litro do combustível.

“Mesmo com o Bolsonaro afastando a possibilidade de intervenção na Petrobras, existe uma discussão importante sobre como conter o aumento dos combustíveis”, afirma Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

A queda das ações da Petrobras vai na contramão da alta do petróleo Brent no mercado internacional. Com o otimismo sobre a recuperação da economia global, a commodity superou a marca de 60 dólares por barril pela primeira vez desde janeiro de 2020 e encerrou o dia em alta de 2,1%.

Em linha com a valorização do petróleo, a PetroRio (PRIO3) ficou entre as maiores altas da sessão, subindo 3,3%. Já a Petrobras liderou as perdas do índice e  recuou 4,14% nas ações ordinárias (PETR3) e 3,14% nas preferenciais (PETR4).

Ainda na bolsa, as ações da Jalles Machado (JALL3), do setor sucroenergético, dispararam 8,92% em seu dia de estreia. Por outro lado, os papéis da Focus Energia (POWE3) despencaram 13,15% em seu primeiro dia de negociação.

Auxílio emergencial no radar

O presidente Jair Bolsonaro admitiu publicamente pela primeira vez nesta segunda-feira que o governo está negociando a retomada do auxílio emergencial ou algum tipo de ajuda financeira a pessoas que ficaram desamparadas durante a pandemia do novo coronavírus.

"Estamos negociando com Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes, (Rogério) Marinho, entre outros, a questão de um auxílio ao nosso povo que está ainda em uma situação bastante complicada", disse Bolsonaro. "Sabemos que estamos, Paulo Guedes, no limite do nosso endividamento e devemos nos preocupar com isso", emendou.

"Temos um cuidado muito grande com o mercado, com os investidores e com os contratos, que devem ser respeitados. Nós não podemos quebrar nada disso, caso contrário não teremos como garantir que o Brasil será diferente lá na frente", destacou ele.

Bolsonaro -- que desde o ano passado vinha se posicionando contrariamente à prorrogação do auxílio emergencial, encerrado em dezembro -- fez esse aceno público do retorno do benefício em cerimônia no Palácio do Planalto da qual participaram os novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Lira e Pacheco vem defendendo a retomada do benefício desde a campanha para a sucessão das Casas Legislativas.

“Isso tudo incomoda porque ninguém sabe de onde viriam os recursos [para pagar o auxílio]. Isso ainda não está claro e deixa os investidores cautelosos”, diz Chinchila.

Bolsas americanas seguem rali

Os três principais índices do mercado americano fecharam o dia em máximas recordes amparadas pela expectativa de estímulos nos Estados Unidos e menor número de novos casos de coronavírus no mundo.

O Dow Jones avançou 0,76%, para 31.385 pontos enquanto o S&P500 subiu 0,74%, alcançando os 3.915 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq registrava ganhos de 0,95%, aos 13.987 pontos.

O Senado americano aprovou na última sexta-feira a reconciliação orçamentária que permite a aprovação do pacote de 1,9 trilhão de dólares por maioria simples. A necessidade de aprovação foi reforçada neste fim de semana pela secretária do tesouro, Janet Yellen, que afirmou que com estímulos robustos, o país deve voltar ao pleno emprego até 2022.

“A reconciliação orçamentária dá uma expectativa muito positiva sobre a aprovação de estímulos. E na semana passada os dados de desemprego americano mostraram a necessidade do pacote”, diz Gustavo Bertotti, economista da Messem.

A perspectiva de novos estímulos aumentou a busca por risco e diminuiu o interesse dos investidores por dólar. A divisa americana, teve leve queda de 0,1% contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos, representada pelo índice DYX.

Contra o real, o dólar também se enfraqueceu e recuou 0,2%, sendo negociado a 5,372 reais. O resultado, porém, ficou longe da mínima intradia de 5,3058 reais (-1,47%). O real devolveu parte dos ganhos com as crescentes incertezas no cenário fiscal do Brasil.

Com Reuters

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