Exame Logo

Ibovespa sofre maior mudança de cálculo em 45 anos

A partir desta segunda-feira, o cálculo do índice levará em conta o valor de mercado das empresas e o volume de papéis disponíveis para a negociação

Operadores na Bovespa: segundo analista, a mudança pretende evitar o colapso visto com a crise das empresas X, de Eike Batista,  em 2013 (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2014 às 05h42.

São Paulo - O índice Ibovespa da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo ( BM&FBovespa ) implementará a partir desta segunda-feira uma nova bolsa técnica, que operará até o dia 2 de maio, na maior mudança para o cálculo do pregão em seus 45 anos de história.

Além das mudanças na formação do índice, com a entrada de seis novas ações e a saída do mesmo número, a metodologia para o cálculo do índice levará em conta o valor de mercado das empresas e o volume de papéis disponíveis para a negociação.

Com a metodologia que foi usada até sexta-feira dia 3 de janeiro, o Ibovespa era calculado baseado na quantidade de negócios com as ações, independente do peso da empresa no mercado.

"Esta mudança tomou força para evitar um pouco o colapso que vimos em 2013 com a crise que as empresas de (o empresário) Eike Batista passaram e a consequente queda de seus títulos, nos quais muitos investidores tinham apostado", assinalou à Agência Efe o analista de bolsa Rafael Marabá.

No entanto, a primeira bolsa do ano que estará vigente até maio levará em conta uma média conjunta entre a metodologia anterior e a nova, mas depois, a partir da segunda, só será calculado o índice com as normas recém incorporadas.

A terceira e última prévia da sexta-feira, com base nas operações de um dia antes, 2 de janeiro, confirmou uma estrutura com 72 títulos de 68 empresas.


As novas ações serão as ordinárias da BB Seguridade, divisão de seguros do Banco do Brasil; da administradora viária Ecorodovias; da rede de universidades particulares Estácio de Sá; da construtora Even; da operadora de seguros médicos Qualicorp; e da companhia elétrica Tractebel.

Os cinco valores de destaque do principal índice da bolsa continuarão sendo, em sua ordem, os papéis preferenciais da Petrobras (8,1%), da Vale (8 %) e dos bancos Itaú-Unibanco (6,8%) e Bradesco (5,3%), além dos ordinários da Petrobras (3,9%).

Os papéis preferenciais têm direito a voto dentro das empresas.

"Assim, vamos ter os papéis dos bancos com uma maior força dentro do peso global da bolsa, equiparando um pouco ao bloco petrolífero, siderúrgico e metalúrgico", explicou Marabá.

As ações ordinárias da companhia petrolífera OGX, que na bolsa anterior tinham 4,4%, já não figurarão no teto dos valores de destaque, porque a empresa bandeira do conglomerado controlado por Batista se acolheu à lei brasileira de concordatas e falências, e apesar da quantidade de títulos que circulam seu valor é reduzido.

Na terceira prévia foram retiradas para o novo Ibovespa as ações ordinárias da mineradora MMX, que no fechamento prévio da sexta-feira tinham caído 2,99%, liderando as perdas, mas que no ajuste posterior conseguiram uma surpreendente alta de mais de 30%, mas com um valor inexpressivo em centavos de real.


Também deixaram o Ibovespa os títulos ordinários da rede de comércio eletrônico B2W, da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), e da produtora de biodiesel Vanguarda Agro; além dos ordinários da Oi e da Usiminas.

As outras duas prévias para a formação do novo índice foram na primeira sessão do último mês de vigor da bolsa anterior, que foi 2 de dezembro, e no 15º dia do período, que pelo calendário da bolsa aconteceu na segunda-feira dia 16, ambas praticamente com a mesma tendência de indicação de saída e entrada de papéis.

As mudanças na metodologia foram discutidas por uma comissão formada por 25 especialistas.

"Com as mudanças, a BM&FBovespa alinha a metodologia de seu principal índice com o que é praticado em outros países e adapta o Ibovespa ao cenário atual do mercado de capitais brasileiro, além de o tornar mais robusto para o crescimento que se espera para o futuro do país", assinalou a bolsa em comunicado.

"O Ibovespa foi criado em 1968 e nos 45 anos seguintes muitas das grandes empresas negociavam pouco volume de suas ações ou outras uma grande quantidade, independente do tamanho corporativo, provocando certo desequilíbrio como vimos com a OGX", concluiu Marabá.

Veja também

São Paulo - O índice Ibovespa da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo ( BM&FBovespa ) implementará a partir desta segunda-feira uma nova bolsa técnica, que operará até o dia 2 de maio, na maior mudança para o cálculo do pregão em seus 45 anos de história.

Além das mudanças na formação do índice, com a entrada de seis novas ações e a saída do mesmo número, a metodologia para o cálculo do índice levará em conta o valor de mercado das empresas e o volume de papéis disponíveis para a negociação.

Com a metodologia que foi usada até sexta-feira dia 3 de janeiro, o Ibovespa era calculado baseado na quantidade de negócios com as ações, independente do peso da empresa no mercado.

"Esta mudança tomou força para evitar um pouco o colapso que vimos em 2013 com a crise que as empresas de (o empresário) Eike Batista passaram e a consequente queda de seus títulos, nos quais muitos investidores tinham apostado", assinalou à Agência Efe o analista de bolsa Rafael Marabá.

No entanto, a primeira bolsa do ano que estará vigente até maio levará em conta uma média conjunta entre a metodologia anterior e a nova, mas depois, a partir da segunda, só será calculado o índice com as normas recém incorporadas.

A terceira e última prévia da sexta-feira, com base nas operações de um dia antes, 2 de janeiro, confirmou uma estrutura com 72 títulos de 68 empresas.


As novas ações serão as ordinárias da BB Seguridade, divisão de seguros do Banco do Brasil; da administradora viária Ecorodovias; da rede de universidades particulares Estácio de Sá; da construtora Even; da operadora de seguros médicos Qualicorp; e da companhia elétrica Tractebel.

Os cinco valores de destaque do principal índice da bolsa continuarão sendo, em sua ordem, os papéis preferenciais da Petrobras (8,1%), da Vale (8 %) e dos bancos Itaú-Unibanco (6,8%) e Bradesco (5,3%), além dos ordinários da Petrobras (3,9%).

Os papéis preferenciais têm direito a voto dentro das empresas.

"Assim, vamos ter os papéis dos bancos com uma maior força dentro do peso global da bolsa, equiparando um pouco ao bloco petrolífero, siderúrgico e metalúrgico", explicou Marabá.

As ações ordinárias da companhia petrolífera OGX, que na bolsa anterior tinham 4,4%, já não figurarão no teto dos valores de destaque, porque a empresa bandeira do conglomerado controlado por Batista se acolheu à lei brasileira de concordatas e falências, e apesar da quantidade de títulos que circulam seu valor é reduzido.

Na terceira prévia foram retiradas para o novo Ibovespa as ações ordinárias da mineradora MMX, que no fechamento prévio da sexta-feira tinham caído 2,99%, liderando as perdas, mas que no ajuste posterior conseguiram uma surpreendente alta de mais de 30%, mas com um valor inexpressivo em centavos de real.


Também deixaram o Ibovespa os títulos ordinários da rede de comércio eletrônico B2W, da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), e da produtora de biodiesel Vanguarda Agro; além dos ordinários da Oi e da Usiminas.

As outras duas prévias para a formação do novo índice foram na primeira sessão do último mês de vigor da bolsa anterior, que foi 2 de dezembro, e no 15º dia do período, que pelo calendário da bolsa aconteceu na segunda-feira dia 16, ambas praticamente com a mesma tendência de indicação de saída e entrada de papéis.

As mudanças na metodologia foram discutidas por uma comissão formada por 25 especialistas.

"Com as mudanças, a BM&FBovespa alinha a metodologia de seu principal índice com o que é praticado em outros países e adapta o Ibovespa ao cenário atual do mercado de capitais brasileiro, além de o tornar mais robusto para o crescimento que se espera para o futuro do país", assinalou a bolsa em comunicado.

"O Ibovespa foi criado em 1968 e nos 45 anos seguintes muitas das grandes empresas negociavam pouco volume de suas ações ou outras uma grande quantidade, independente do tamanho corporativo, provocando certo desequilíbrio como vimos com a OGX", concluiu Marabá.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasIbovespaMercado financeiroservicos-financeiros

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame