Ibovespa sobe com menos aversão a risco no exterior
O Ibovespa subiu 0,81 por cento, a 70.640 pontos, mas fechou a semana com leve queda de 0,17 por cento
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2018 às 17h07.
Última atualização em 22 de junho de 2018 às 17h38.
São Paulo - O principal índice acionário da B3 fechou em alta nesta sexta-feira, com a menor aversão a risco no exterior diante da forte alta do petróleo, mas terminou a semana em leve queda e com investidores ainda atentos à indefinição na cena político-eleitoral local.
O Ibovespa subiu 0,81 por cento, a 70.640 pontos, mas fechou a semana com leve queda de 0,17 por cento. O giro financeiro da sessão somou 7,28 bilhões de reais.
Após uma abertura mais positiva, o Ibovespa perdeu força e chegou a operar momentaneamente no vermelho, com queda de 0,24 por cento na mínima, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor sobretaxas de 20 por cento sobre exportações de veículos da União Europeia, um mês depois que seu governo iniciou análise sobre se as importações de automóveis europeus representam ameaça à segurança nacional.
No entanto, o movimento de queda teve vida curta e o viés voltou a ser mais positivo no exterior e no Brasil, tendo no radar os preços do petróleo. A commodity se valorizou fortemente após a Opep concordar com um modesto aumento na produção de petróleo a partir de julho, depois que seu líder, a Arábia Saudita, persuadiu o Irã a cooperar em meio a pedidos de grandes consumidores para ajudar a reduzir as cotações.
A alta do petróleo, segundo o sócio-analista da Eleven Financial, Raphael Figueredo, favoreceu os mercados emergentes como um todo, mas a cautela com a cena local não se dissipou.
O índice de ações de países emergentes subiu 0,7 por cento.
"Por aqui, a falta de vigor é em boa parte por causa das questões internas... A questão política ainda está muito em aberto", disse Figueredo.
Destaques
- PETROBRAS PN subiu 0,07 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,62 por cento, em dia de fortes ganhos para o petróleo no mercado internacional, com o acordo da Opep. A alta da commodity ofuscou o impacto da derrota da empresa no TST, que decidiu na véspera a favor de funcionários em processo que discute a forma de pagamento de verba salarial e que pode causar perda bilionária à estatal.
- VALE ON teve alta de 1,69 por cento, em sessão positiva para os contratos futuros do minério de ferro na China.
- BRADESCO PN ganhou 1,91 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,77 por cento, ajudando a fortalecer o viés positivo do índice devido ao peso desses papéis em sua composição.
- LOCALIZA ON teve alta de 2,79 por cento, após a locadora de veículos e gestora de frotas informar que seu conselho de administração aprovou programa de recompra de até 43 milhões de ações da companhia que estão no mercado.
- DURATEX ON, que não figura no Ibovespa, subiu 7,53 por cento, após a empresa anunciar na noite da véspera um acordo para formar joint-venture com o grupo austríaco Lenzing, num projeto de construção de fábrica de celulose solúvel que exigirá investimento de cerca de 1 bilhão de dólares. Para analistas do BTG Pactual, o acordo é positivo porque, entre outros motivos, a parceria com um líder global no setor reduz o risco do projeto.