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Ibovespa dispara com reunião de Bolsonaro e Temer para aliviar crise

Presidente publica nota oficial afirmando que ‘nunca teve nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes’

Painel de cotações da bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de setembro de 2021 às 10h36.

Última atualização em 9 de setembro de 2021 às 18h13.

Em sessão volátil, Ibovespa vira para forte alta no final do pregão após o presidente Jair Bolsonaro publicar uma nota para apaziguar a crise com o Supremo Tribunal Federal (STF). Às 16h45, o principal índice da B3 avança 3%, aos 116.348 pontos.

No pregão da véspera, o índice caiu quase 4% com investidores repercutindo os desdobramentos das manifestações de 7 de setembro. Convocadas pelo presidente, as manifestações pediam o fechamento do STF.  

No pregão de hoje, o Ibovespa tinha em foco a greve dos caminhoneiros, que segue firme, apesar dos pedidos do presidente Jair Bolsonaro para que sejam encerradas as paralisações nas estradas do país.

A greve, no entanto, acabou ficando em segundo plano após Bolsonaro se encontrar com o ex-presidente Michel Temer, que aconselhou um aceno do Executivo ao STF para estancar a crise. No final da tarde, Bolsonaro publicou uma nota oficial a respeito dos embates entre os Poderes da República.

O presidente afirmou que “nunca teve nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. “Na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”, afirma a nota.

A nota também se refere diretamente ao ministro Alexandre de Moraes, alvo de grande parte das críticas do presidente e responsável pelo inquérito das fake news no qual Bolsonaro é investigado. 

“Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país”, diz a nota.

Além das turbulências políticas, no radar do mercado estão dados de inflação, que voltaram a superar as estimativas. Divulgado nesta manhã, o IPCA referente a agosto bateu 9,68% no acumulado de 12 meses, com com a alta mensal ficando em 0,87%. A expectativa era de uma inflação de 0,71% no mês.

"Com os reajustes de energia e a crise hídrica aguda, isso somado aos efeitos de uma paralisação parcial dos caminhoneiros, faz que o mercado fique ainda mais resistente.", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

O IPCA mais forte do que o esperado tem elevado as expectativas de alta de juros por parte do Banco Central. Com decisão monetária prevista para daqui a duas semanas, parte do mercado já fala em uma alta da taxa Selic em 1,25 ponto percentual para 6,5%.

Na bolsa, os juros futuros de curto prazo, mais sensíveis à inflação, disparam 4%, precificando uma Selic a 7,25% no fim do ano. No mercado, porém, já se fala em Selic a dois dígitos.

No cenário externo, as bolsas reagem positivamente ao anúncio do Banco Central Europeu de implementar apenas uma leve redução dos estímulos via compra de ativos. Na Europa, o Stoxx 600 fechou em queda de 0,04%.

Nos Estados Unidos, saíram os pedidos semanais de seguro desemprego, que renovaram a mínima desde o início da pandemia para 310.000. O número ficou melhor do que o consenso de 335.000 pedidos. Por lá, os principais índices operam em queda, com investidores ainda preocupados com os próximos passos da bolsa americana.

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