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Ibovespa fecha semana em queda e interrompe sequência de 5 altas

Tensões entre Rússia e países da Otan voltam a derrubar bolsas do mundo inteiro; dólar registra 6ª desvalorização semanal

Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de fevereiro de 2022 às 10h36.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2022 às 19h31.

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 registrou queda nesta sexta-feira, 18, em meio às preocupações sobre a possibilidade de guerra entre Rússia e potências do Ocidente. Pela manhã, o Ibovespa chegou a operar acima de 114.000 pontos com a expectativa de uma saída diplomática para as tensões na Ucrânia, mas o movimento perdeu forças.

O índice caiu 0,57% nesta sexta, para os 112.879 pontos, em um pregão marcado ainda pelo vencimento de opções sobre ações, o que aumentou a volatilidade na bolsa. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 0,61% – interrompendo uma sequência de cinco altas semanais. No ano, o índice sobe 7,7%.

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O motivo para a virada veio do exterior, com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia.

A Rússia teria quase dobrado o número de tropas ao redor da Ucrânia em duas semanas, com cerca de 190.000 soldados, segundo as estimativas divulgadas nesta sexta-feira, 18, por um oficial americano da Organization for Security and Cooperation in Europe (OSCE). O movimento vem dias depois de a Rússia afirmar que estava, na verdade, retirando parte das tropas da região, o que não foi confirmado.

As preocupações derrubaram as bolsas dos Estados Unidos e na Europa.

No entanto, as incertezas externas não conseguiram reverter o movimento de queda do dólar comercial no Brasil. A moeda americana recuou 0,52% na sessão desta sexta, para 5,14 reais, e acumulou uma desvalorização de 1,93% na semana. No ano, o dólar cai 7,80%.

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Destaques da bolsa

Além dos movimentos geopolíticos, notícias corporativas seguiram fazendo preço nas ações. As ações da Cielo (CIEL3) dispararam cerca de 12% após a empresa anunciar a venda da Merchant E-Solutions para a Sam I Acquisition por até 290 milhões de dólares.

"A transação faz parte da estratégia de crescente concentração da Cielo em seu core-business no Brasil, em linha com outros desinvestimentos concluídos ao longo de 2021", disse a empresa em fato relevante divulgado nesta manhã.

Ainda em reação à temporada de balanços, os papéis da EDP Energias do Brasil (ENBR3) voltaram a subir após registrarem alta de 3,63% na véspera. A empresa teve 1,34 bilhões de reais em Ebitda no quarto trimestre, representando 4% de queda na comparação anual. A receita ficou em 4,67 bilhões de reais.

MRV (MRVE3) e Banco do Brasil (BBAS3) completaram as maiores altas do dia.

Do lado negativo, as ações da Rumo (RAIL3) tiveram a pior performance do pregão, refletindo o guidance e o resultado do quarto trimestre divulgados na última noite. A empresa de logística teve 1,51 bilhão de reais de receita líquida, abaixo do 1,65 bilhão de reais projetados pelo mercado.

A Rumo teve prejuízo líquido de 384 milhões de reais, pressionada pela quebra de safra, que retraiu em 38,4% as exportações de milho. Para 2022, a companhia espera entregar entre 70 bilhões e 72 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil), e Ebitda entre 4,1 bilhões e 4,5 bilhões de reais e capex (investimentos) entre 2,7 bilhões e 2,9 bilhões de reais.

"O novo guidance aponta para números bem abaixo do consenso. Porém, acreditamos que a recente liquidação [dos papéis] já precificou parcialmente em expectativas mais brandas para 2022", afirmaram analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame), em relatório. O banco tem preço-alvo de 27 reais para a ação, implicando um potencial de alta de mais de 70% para o papel.

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