Mercados

Ibovespa sobe 1,5%, na 6º alta seguida e retoma os 105 mil pontos

Índice tem maior patamar de fechamento desde 29 de julho; Petrobras e bancos puxam alta

Bolsa: investidores seguem precificando potencial vacina da Pfizer (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: investidores seguem precificando potencial vacina da Pfizer (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de novembro de 2020 às 10h10.

Última atualização em 10 de novembro de 2020 às 19h44.

O Ibovespa registrou alta de 1,50% nesta terça-feira, 10, no seu sexto pregão seguido de ganhos e retomando os 105.066 pontos, no maior patamar de fechamento desde 29 de julho, puxado pelas ações dos bancos e Petrobras (PETR3; PETR4).  No exterior, os principais índices acionários americanos encerraram com desempenhos mistos, com o S&P 500 dando respiro após forte alta e o Nasdaq dando sequência à queda de ontem.

O Ibovespa voltou a bater os 100 mil pontos. Saiba como aproveitar o vaivém da bolsa com a EXAME Research

Além do otimismo com a notícia positiva sobre os testes da vacina da Pfizer e BioNTech, que contribuiu para o bom humor dos mercados ontem e seguiu presente, os investidores focaram hoje também para questões internas, depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre privatização de quatro empresas até o fim do ano que vem, além de a confirmação de que morte não está relacionada com os testes da vacina chinesa Coronavac no Brasil. Entre as empresas mencionadas por Guedes, está Eletrobras (ELET3; ELET6), que chegou a saltar mais de 4% hoje.

Além da Eletrobras, Guedes elencou os Correios, Porto de Santos e contratos da PPSA entre as empresas a serem privatizadas. O ministro afirmou ainda que o governo respeitará o teto de gastos e que, no geral, o Brasil não terá problemas com Joe Biden na presidência dos EUA, em evento promovido pela Bloomberg nesta manhã.

Petrobras e bancos puxam índice

Investidores seguiram apostando em ações de empresas que foram mais atingidas pela pandemia em detrimento das de tecnologia, consideradas as grandes vencedoras do período de isolamento social.

Em pontos, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) figuraram como as maiores contribuições positivas do índice hoje, enquanto a varejista online Magazine Luiza (MGLU3), apesar do resultado forte reportado ontem à noite, Weg (WEGE3), que sofre com o dólar mais enfraquecido, e NotreDame (GNDI3) apareceram na ponta oposta.

Com o otimismo sobre o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus, investidores seguem desfazendo posições em empresas tidas como vencedoras do período de maior isolamento social. Entre elas, estão papéis de empresas de tecnologia e e-commerce, que figuraram entre as maiores quedas da bolsa. B2W (BTOW3) e Totvs (TOTS3) registraram as maiores quedas do índice em variação na sessão, com perdas de 8,31% e 6,81%, respectivamente.

"O que estamos vendo é uma rotação para ativos que estão extremamente desvalorizados. Mas ainda está no campo da especulação. Há muitas dúvidas sobre quanto tempo vai demorar para ter vacinação em massa. De qualquer forma, o mercado já vai precificando", comenta Gustavo Bertotti, economista da Messem.

Com a fuga do setor, o índice Nasdaq, que concentra as principais empresas de tecnologia do mundo, caiu 1,37% nos EUA. O S&P 500 também fechou em baixa, embora mais amena, de 0,14%. Já o Dow Jones, com maior participação de setores tradicionais da economia, subiu 0,90%. Na Europa, onde os efeitos da pandemia foram potencializados pela segunda onda e por novas ordens de lockdown, o Stoxx 600 fechou em alta de 1%.

(EXAME Research/Exame)

Na bolsa brasileira, nem mesmo o resultado da Magazine Luiza, que voltou a apresentar recorde de vendas e crescimento de mais de 100% no e-commerce, ajudou a impulsionar os papéis de varejistas digitais, que caíram 4,65%.

Já o dólar teve sessão volátil e fechou o dia com leve alta de 0,04%, em 5,393 reais, depois de cair para 5,3382 na mínima do dia, com o mercado atento a pressões de redução de overhedge que devem vir em dezembro. Na sessão anterior, contudo, o real fechou quase estável, embora moedas emergentes ligadas a commodities tenham apresentado forte valorização.

Investidores também repercutiram as recentes movimentações da política americana. Por lá, o líder da maioria do Senado, Mitch McConnell endossou o coro de Donald Trump em não reconhecer Biden como o novo presidente dos Estados Unidos.

McConnell também deve assumir o posto de representante do Partido Republicano na negociação sobre um novo pacote de estímulos – antes ocupado pelo secretário do Tesouro Steven Mnuchin. Com a possibilidade de os republicanos manterem a maioria no Senado (a decisão ainda depende de segundo turno na Georgia), a expectativa é de que o valor dos estímulos seja bem inferior ao que seria em caso de uma “onda azul”, que seria a vitória democrata na presidência e nas duas casas Legislativas.

No Brasil, o impasse sobre a aprovação do orçamento para 2021 segue preocupando o mercado local. Na véspera, o vice-presidente Hamilton Mourão chegou a alertar que o atraso na aprovação pode resultar em rebaixamento da nota do Brasil por agências de rating. Segundo Mourão, o orçamento do próximo ano, que costuma ser aprovado no fim de dezembro, deve ficar só para abril do ano que vem.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresIbovespa

Mais de Mercados

Fed reconhece queda na pressão inflacionária, mas dirigentes querem mais confiança para reduzir juro

Ibovespa opera em alta de mais de 1% e recupera 126 mil pontos; dólar cai a R$ 5,55

Paramount deve se fundir com Skydance, estúdio de 'Top Gun: Maverick', diz NYT

Reunião de Lula, PMIs dos EUA, produção industrial do Brasil e ata do Fed: o que move o mercado

Mais na Exame