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Ibovespa sobe 1,1% em movimento de ajuste, mas política preocupa

O tom de cautela no mercado, que tem refletido na diminuição do giro, foi acentuado desde a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva

B3: o mercado tem monitorado de perto o impacto da crise no andamento das reformas (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: o mercado tem monitorado de perto o impacto da crise no andamento das reformas (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 10 de julho de 2017 às 18h08.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta segunda-feira, em movimento de ajuste após a fraqueza recente, mas sem que investidores deixassem de lado a cautela à espera dos desdobramentos da crise política e seus impactos no andamento das reformas no Congresso Nacional.

O Ibovespa fechou em alta de 1,13 por cento, a 63.025 pontos. O volume financeiro somou 5,5 bilhões de reais, abaixo da média diária vista no mês passado, de 7,01 bilhões de reais.

O tom de cautela no mercado, que tem refletido na diminuição do giro, foi acentuado desde a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva.

"O mercado está apenas com o pessoal do giro. Não tem ninguém tomando posição suficientemente grande nem na compra nem na venda", disse o economista da Órama Investimentos Alexandre Espirito Santo.

Nesta segunda-feira, o relator da denúncia contra Temer, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), apresentou seu voto a favor da autorização da denúncia contra o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

O texto posteriormente será votado no colegiado, que conta com 66 deputados e terá resultado por maioria simples, antes de seguir para o plenário da Câmara.

"Durante todo o final de semana, o Planalto se mobilizou para ganhar essa votação, que pode ser simbólica para a tendência do plenário", escreveram mais cedo analistas da corretora Lerosa Investimentos em nota a clientes.

Além disso, o mercado tem monitorado de perto o impacto da crise no andamento das reformas. Neste sentido, a expectativa segue pela votação da reforma trabalhista pelo plenário do Senado, prevista para acontecer na terça-feira.

Destaques

- VALE PNA subiu 2,18 por cento e VALE ON teve ganho de 2,84 por cento, acompanhando a nova alta dos contratos futuros do minério de ferro na China.

- JBS ON avançou 1,89 por cento, tendo no radar notícias sobre vendas de ativos da empresa e da sua holding controladora J&F. A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição das operações de carne bovina da JBS na Argentina, Paraguai e Uruguai pela MINERVA, apesar da suspensão da operação pela Justiça Federal. Os papéis da Minerva, que não fazem parte do Ibovespa, subiram 0,4 por cento.

Também no radar estava a notícia publicada pela Reuters de que a J&F encerrou as conversas para a venda de sua participação majoritária na ALPARGATAS para o grupo formado por Cambuhy Investimentos e Itaúsa por diferenças em relação ao preço. Os papéis da Alpargatas, que não figuram no Ibovespa, caíram 1,07 por cento.- BRADESCO PN teve alta de 1,11 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,8 por cento, ajudando o movimento de recuperação do Ibovespa devido ao peso dos papéis em sua composição.

- BRASKEM PNA subiu 2,77 por cento, após cair nos dois pregões anteriores, período em que acumulou perda de quase 2,3 por cento.

- PETROBRAS PN avançou 0,42 por cento e PETROBRAS ON teve variação positiva de 0,16 por cento, abandonando as perdas vistas mais cedo, conforme os preços do petróleo também inverteram o rumo e fecharam no azul.

- ELETROBRAS ON caiu 4,09 por cento e ELETROBRAS PNB perdeu 4,08 por cento, liderando as poucas perdas do Ibovespa na sessão. Na semana passada, os papéis tiveram fortes altas, na esteira da divulgação de plano do governo de ampla reforma para o setor elétrico.

- GOL PN, que não faz parte do Ibovespa, subiu 5,9 por cento, após divulgar dados de tráfego referentes a junho, com analistas da corretora Coinvalores destacando o crescimento na taxa de ocupação, apesar da queda da demanda.

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