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Ibovespa cai 2% e bate pior nível em 6 meses com commodities e alta do IOF

Com popularidade em baixa, governo elevou a imposto para viabilizar expansão do Bolsa Família; Vale e Petrobras têm fortes perdas

Painel de cotações da bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 17 de setembro de 2021 às 10h30.

Última atualização em 17 de setembro de 2021 às 16h09.

O Ibovespa recua nesta sexta-feira, 17, após o governo federal decretar o aumento da alíquota do IOF até o fim deste ano para viabilizar a extensão do Bolsa Família. A medida ocorre em meio à pior rejeição do presidente Jair Bolsonaro pela pesquisa Datafolha. Às 16h, o principal índice da B3 caía 1,71% para 111.819 pontos - a pontuação é a menor já registrada desde março. Já o dólar avança 0,33%, sendo negociado a 5,282 reais.

"O mercado reage à decisão praticamente surpresa de aumentar o IOF de operações financeiras. Com a popularidade em baixa, há maior possibilidade de o governo recorrer à medida populista [aumento do Bolsa Família] para conseguir alguns votos. Não à toa o real tem se desvalorizado muito mais que seus pares", afirma Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest.

A economista ainda pontua que além de o aumento de imposto encarecer o crédito a pessoas físicas e jurídicas, as decisões "populistas pressionam ainda mais a inflação, aumentam a taxa de juros e reduz o crescimento econômico".

O ambiente interno negativo se soma à desvalorização de commodities no mercado internacional, que pressiona as principais ações da bolsa brasileira.

Com a maior participação no índice, as ações da Vale (VALE3) chegaram a abrir em alta, refletindo o anúncio de que a empresa irá distribuir 40,2 bilhões de reais em dividendos. Por outro lado, o preço do minério de ferro, que despencou mais 4,9% no porto de Qingdao, voltou a pressionar as ações da mineradora, que viraram para queda de 1,25%. Siderúrgicas também operam em queda. Gerdau (GGBR4) lidera as perdas recuando 6,25%. Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) recuam perto de 5%.

A sequência de quedas do minério de ferro ocorre em meio ao maior controle do governo chinês sobre produção de aço. Na China, também crescem as preocupações sobre os possíveis efeitos do superendividamento da Evergrande na economia do país, que tem demonstrado sucessivos sinais de desaceleração. Além da mineração, empresas de celulose sofrem com a piora do cenário na Ásia, com Suzano (SUZB3) caindo 3,60% e a Klabin (KLBN11), 1,92%.

Já os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), com a segunda maior participação do Ibovespa, recuam cerca de 3,8%, acompanhando a depreciação do petróleo no exterior e aumentando a pressão negativa sobre o Ibovespa.

As quedas, porém, não se restringem ao setor de commodities. No varejo, as perdas de Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) perto de 3%. Os grandes bancos tampouco amenizam as perdas, sendo negociados em quedas superiores a 1,5%.

O destaque positivo da sessão vem de fora do Ibovespa. Do setor de logística, as ações da Log-In (LOGN3) estendem os ganhos da véspera subindo 7,45% nesta sessão, após a gestora Alaska - principal acionista da empresa - aceitar as condições da oferta pública de aquisição (OPA) apresentadas pela Sas Shipping, subsidiária da MSC.

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