Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 29 de novembro de 2021 às 09h15.
Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 17h18.
O Ibovespa opera em alta de 1,36% aos 103.610 pontos, às 16h10 desta segunda-feira, 29, recuperando parte das fortes perdas do último pregão. Na sexta-feira, 26, o Ibovespa afundou mais de 3%, em linha com as bolsas internacionais, repercutindo o clima de aversão ao risco que se instalou com a identificação da Ômicron, variante de Covid.
No pregão de hoje, no entanto, o cenário é de alívio. No fim de semana, especialistas da África do Sul, que alarmaram o mundo sobre a nova variante, disseram que seus sintomas são “extremamente leves”, apesar de toda a incerteza que envolve a doença.
Foi o suficiente para mudar o humor dos mercados. Na Europa, onde as pressões por novas restrições aumentam com o avanço do número de casos e temores sobre a nova cepa, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,78%, após ter caído 3,67% na última sessão. Nos Estados Unidos, os principais índices chegaram a cair mais de 2% na sexta e chega a subir mais de 2% nesta tarde.
O dia é também de ganhos para as commodities, que impulsionam os ganhos da bolsa brasileira. O petróleo, que registrou perdas de dois dígitos no último pregão com o temor de novos lockdowns, hoje sobe em torno de 3% e coloca as ações da Braskem (BRKM5) e da PetroRio (PRIO3) entre as maiores altas do dia, com ganhos de 4,61% e 5,41%, respectivamente. Já os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4) sobem em torno de 4,5%.
Entre as maiores altas ainda estão as ações do Banco Inter (BIDI11) e Méliuz (CASH3) e Locaweb (LWSA3), que sobem mais de 5%, em linha com a forte valorização de papéis de tecnologia nos Estados Unidos. Em Wall Street, o índice Nasdaq tem o melhor desempenho do mercado americano, subindo mais de 2%.
Já o minério de ferro subiu 6,83% na China, para 103,27 dólares a tonelada, se recuperando das perdas de 5,55% na última sessão. Os ganhos alavancam os papéis das siderúrgicas Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), que sobem 6,82% e 2,24%, respectivamente. A Vale (VALE3), ação com maior participação na carteira teórica do Ibovespa, também se recupera e avança 1,36%.
No Brasil, os investidores seguem atentos às movimentações políticas. Em Brasília, há a expectativa de que a PEC dos Precatórios seja votada nesta terça. A rejeição do texto preocupa o mercado, que tem uma solução ‘ainda pior’ para as contas públicas.
“Caso a PEC não seja aprovada, provavelmente o Governo tentaria abrir crédito extraordinário para comportar os gastos, embora só possam ser abertos para cobrir despesas comprovadas como ‘imprevisíveis e urgentes’”, explica Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco Modalmais.
Investidores também repercutem dados de inflação, que vieram abaixo do esperado. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou o mês de novembro com variação positiva de 0,02%, bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,21%, e com isso o índice passou a acumular nos 12 meses até novembro alta de 17,89%.
A desaceleração da inflação medida pelo IGP-M vai contra o apresentado pela prévia da inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15). O dado ficou em 1,17% em novembro, registrando a maior alta para o mês em quase duas décadas, ficando acima das projeções que estimavam alta média de 1,10% no mês.
Dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda, também mostram perspectivas negativas para a inflação. As projeções em 2021 subiram de 10,12% para 10,15% -- e de 4,96% para 5,00% em 2022. Já a previsão para o PIB mostra um crescimento caindo de 4,80% para 4,78% este ano, contra uma diminuição de de 0,70% para 0,58% no ano seguinte.9