Ibovespa fecha acima dos 112 mil pontos apesar da queda das bolsas em NY
Bolsa brasileira segue descolada dos índices americanos e avança pelo terceiro pregão consecutivo
Guilherme Guilherme
Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 10h48.
Última atualização em 27 de janeiro de 2022 às 18h31.
O Ibovespa chegou a se aproximar dos 113.000 pontos nesta quinta-feira, 27, mas desacelerou os ganhos acompanhando a virada do mercado internacional.
O principal índice da B3, no entanto, fechou em seu maior nível do ano, aos 112.611 pontos, e já registra três altas consecutivas apesar do movimento negativo internacional.
Entre os motivos, analistas apontam que a bolsa brasileira está barata após as fortes quedas do último ano. A atratividade do país fez os estrangeiros ingressarem com 22,96 bilhões de reais em ações na B3 até o dia 25 de janeiro.
No câmbio, o dólar recuou contra o real, mas se afastou da mínima do dia, de 5,353 reais diante da virada no mercado americano.
No fechamento:
- Ibovespa: + 1,19%, 112.611 pontos;
- Dólar: - 0,32%, 5,424 reais;
- Dow Jones (EUA): - 0,02%;
- S&P 500 (EUA): - 0,54%;
- Nasdaq (EUA): - 1,40%.
Nos Estados Unidos, investidores continuam digerindo o comunicado mais duro do Federal Reserve ( Fed, banco central americano) sobre a taxa de juros enquanto repercutem a divulgação do PIB dos Estados Unidos.
Em comunicado divulgado na véspera, o Fed disse que esperasubir as taxas de juros “em breve”, o que derrubou os principais índices americanos na véspera. No início desta quinta, as bolsas reagiram em um movimento de correção e chegaram a subir mais de 1% com a divulgação do PIB, que veio acima das expectativas.
Na comparação anual, o PIB dos Estados Unidos saltou de 2,2% para 6,9%. O consenso era de alta para 5,5%. Por outro lado, o índice de preços do PIB também saiu acima do esperado, ficando em 7% ante projeções de 6%.
Ao longo da tarde, no entanto, as bolsas viraram para o negativo com a prevalência das dúvidas sobre a intensidade e a quantidade de elevações de juros.
As ações da Tesla também pesaram negativamente no mercado internacional, após a fabricante de carros elétricos alertar que os problemas em sua cadeia de abastecimento devem se estender pelo resto do ano. No Brasil, os BDRs da empresa (TSLA34) recuaram 12,27%.
Destaques de ações
Apesar da maior cautela sobre empresas de tecnologia no exterior, papéis do setor lideram as altas do Ibovespa, com destaque para Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), dois dos papéis que mais foram penalizados em 2021.
- Magazine Luiza (MGLU3): + 6,96%;
- Banco Inter (BIDI11): +6,28%
- Via (VIIA3): + 6,21%.
Já as quedas do dia foram lideradas por Hapvida (HAPV3) e Intermédica (GNDI3), operadoras de saúde que estão em vias de encerrar seu processo de fusão. As quedas ocorreram após as ações da Intermédica passarem por leilão pela manhã. Segundo o aviso de início do leilão, um acionista da companhia estava vendendo 18 milhões de ações.
As ações da Braskem (BRKM5) também foram destaque na ponta negativa, recuando 2,70%. No radar, esteve a precificação da oferta subsequente (follow-on), que deve marcar a venda das fatias da Petrobras (PETR3/PETR4) e da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica. A oferta, que promete ser a maior do ano, pode movimentar mais de 7 bilhões de reais, dependendo do preço por ação definido.
- Intermédica (GNDI3): - 4,70%;
- Hapvida (HAPV3): - 3,43%;
- Braskem (BRKM5): - 2,70%.