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Ibovespa perde força com virada das bolsas de NY e fecha em alta de 0,98%

Índice se afasta da maior pontuação do ano e dólar se afasta das mínimas, virando para alta

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 10h35.

Última atualização em 26 de janeiro de 2022 às 18h50.

Após operar boa parte do dia em forte alta de 2%, o Ibovespa se afastou da marca de 112.000 pontos conquistada mais cedo nesta quarta-feira, 26, e encerrou o dia aos 111.289 pontos.

O principal índice da B3 se aproximou de seu maior patamar desde outubro seguindo a recuperação do mercado internacional pela manhã, mas perdeu força conforme os índices de Wall Street viraram para o negativo ao longo da tarde.

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O que azedou o humor dos mercados lá fora foi a decisão de política monetária nos Estados Unidos. O Fomc, comitê do Federal Reserve ( Fed ) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, manteve a taxa próxima de 0% e afirmou nesta quarta-feira, 26, que uma elevação no juro deve ocorrer em breve.

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Em um primeiro momento, o Fed não chegou a especificar se a próxima reunião de março será o ponto de partida para a elevação e nem a quantidade de altas aguardadas para 2022 – o que impulsionou as bolsas e deu força ao real.

O cenário, no entanto, se inverteu após a fala do presidente do Fed, Jerome Powell. Em seu tradicional discurso após o encerramento de cada reunião, Powell sinalizou que o Fomc avalia elevar os juros já em março. Powell afirmou ainda que o Fed não descarta elevar juros em todas as demais reuniões de 2022.

Após o discurso, o Ibovespa perdeu força e as bolsas americanas viraram para queda. No câmbio, o dólar apagou as perdas contra o real e virou para o campo positivo, encerrando o dia a 5,44 reais.

Vale lembrar que juros mais altos tiram a atratividade da renda variável e de opções mais arriscadas de investimento, como o real.

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Além do Fed, investidores estiveram atentos ao nível da inflação. Nesta manhã, o IBGE divulgou o IPCA-15, referente à primeira quinzena de janeiro. O número voltou a surpreender, ficando em 0,58% no mês ante expectativa de 0,43% de alta. Na comparação anual, a inflação ao consumidor caiu de 10,42% para 10,20%, mas ficou acima da taxa esperada de 10,04%.

"O número desagradou um pouco o mercado. Houve deflação no preço da gasolina, que segurou um risco de alta ainda maior para a inflação. Mas o preço do petróleo – com analistas internacionais projetando a 100 dólares o barril – é um ponto de cautela para a inflação ao longo do ano", afirma Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

O resultado da inflação pior do que o esperado, segundo ela, reforça a expectativa de que o Banco Central eleve a Selic de 9,25% para 10,75%, na decisão de juros no Brasil da próxima semana. "O IPCA só deve sair dos dois dígitos em maio deste ano", comenta.

Destaques de ações

No campo das ações, os papéis de commodities foram os grandes responsáveis pela alta do Ibovespa apesar do clima negativo no exterior. A mineradora Vale (VALE3) chegou a subir mais de 1% após o minério de ferro tocar o maior patamar desde outubro – as ações fecharam o dia em alta de 0,29%. Segundo a Reuters, preocupações com o nível da oferta elevaram o preço da commodity, após dados mais fracos sobre importações do metal do Brasil e Austrália.

Já a Petrobras (PETR3/PETR4) foi puxada pela alta do petróleo, que voltou a se aproximar da marca de 90 dólares por barril, em meio às tensões envolvendo a Ucrânia e a Rússia, uma das maiores exportadoras mundiais da commodity. Os papéis da petroleira subiram mais de 2%.

Ações de crescimento – que estiveram entre as maiores perdas dos últimos pregões – também apresentaram valorização ainda mais intensa nesta quarta. Na B3, papéis do setor, como Méliuz (CASH3) ficaram entre as maiores altas do dia. Grupo Soma (SOMA3) liderou os ganhos do dia.

A rede de petshops Petz (PETZ3), que também tem grande expectativa de crescimento, também ficou entre os destaques positivos do dia, disparando mais de 10% na máxima. Além do ambiente macro favorável, parte da apreciação reflete sua última aquisição.

A empresa adquiriu a Petix por 70 milhões de reais, segundo anúncio realizado nesta manhã. A empresa é líder no segmento de tapetes higiênicos para cachorros. Cerca de 300.000 cães usam seus tapetes ou fraldas higiênicas recorrentemente.

"A aquisição da Petix confirma nossa proposta de nos associarmos a líderes de mercado, com diferenciais relevantes em suas áreas de atuação, trazendo novas competências para o Grupo Petz e contribuindo com a nossa visão de ser mundialmente reconhecido como o melhor ecossistema do segmento pet até 2025", afirma, em nota, Sergio Zimerman, CEO e fundador da Petz.

Outra ação puxada pelo noticiário corporativo foi a do BTG Pactual (BPAC11), do mesmo grupo controlador da Exame, que avançou mais de 5% na máxima do dia, após anunciar a compra da carteira de varejo da Planner Investimentos. A operação inclui a frente de corretagem para pessoas físicas e de assessoria de investimento. A aquisição, segundo o banco, faz parte da estratégia de expansão do BTG Pactual digital.

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