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Ibovespa fecha em máxima do ano e supera 109 mil pontos

Principal índice da B3 sobe na contramão das bolsas americanas mais uma vez; varejo, techs e JHSF são destaques de alta

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 10h40.

Última atualização em 20 de janeiro de 2022 às 18h27.

O Ibovespa atingiu seu terceiro pregão consecutivo de ganhos nesta quinta-feira, 20, estabelecendo novas máximas no ano. O principal índice da B3 chegou a encostar na marca de 110.000 pontos, mas se afastou da máxima nos minutos finais do pregão e encerrou o dia aos 109.101 pontos.

A queda no final do pregão acompanhou a virada no mercado americano, que voltou a cair com a expectativa de elevação de juros no país. O índice Nasdaq, mas sensível às políticas do Federal Reserve (Fed), chegou a subir 2,1% mais cedo. Ao longo do dia, porém, as preocupações voltaram a pesar no mercado americano, que fechou em queda.

No fechamento:

  • Ibovespa: + 1,01%, 109.101 pontos;
  • Dólar comercial: - 0,90%, a 5,417 reais;
  • Nasdaq (EUA): - 1,30%;
  • S&P 500 (EUA): - 1,10%;
  • Dow Jones (EUA): - 0,89%.

O melhor momento das bolsas foi alcançado após a divulgação dos pedidos de seguro desemprego americanos. Foram registrados 286.000, 55.000 acima do número da semana passada e 76.000 além do esperado. O aumento de demissões ocorre em meio à disparada de casos da variante Ômicron do coronavírus no país, indicando a necessidade de maior cautela no aperto monetário do Fed. 

O dado teve forte impacto também sobre o dólar, que chegou a romper a linha dos 5,40 reais na mínima do dia após a divulgação do dado nos EUA. O dólar comercial caiu a 5,41 reais, menor valor para um fechamento desde 11 de novembro do ano passado. Vale lembrar que este é o segundo dia seguido de forte queda do dólar. Na véspera, a cotação já havia perdido 1,68%, a 5,46 reais.

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Por aqui, a tendência positiva nos mercados se manteve mesmo com a queda nos EUA em parte por uma fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em evento realizado pelo Santander, o presidente do BC sinalizou que o aperto monetário pode estar chegando ao fim no Brasil.

“Ainda é preciso entender se a inflação irá realmente arrefecer e se não teremos surpresas fiscais. Porém, a declaração já foi suficiente para que o mercado desse início a uma rotação de setores, saindo do setor de materiais básicos e indo para os setores que mais dependem da economia, como consumo e construção civil”, avalia Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Destaques de ações

O ambiente, favorável aos ativos ligados ao cenário doméstico, beneficiou as ações de consumo. Entre as maiores altas do dia, estiveram as ações de CVC (CVCB3), Petz (PETZ3) e Soma (SOMA3).

  •  CVC (CVCB3): + 10,47%;
  • Petz (PETZ3): + 9,71%;
  • Soma (SOMA3): + 9,19%;
  • Azul (AZUL4): + 7,52%.

Outro destaque do dia ficou com as ações da JHSF (JHSF3), que avançaram, refletindo sua prévia do quarto trimestre. Líder no setor de alta renda, a empresa apresentou 340,2 milhões de reais em vendas contratadas no último trimestre em sua frente de incorporação. O resultado foi 28,9% superior ao de 2020. Na parte de shoppings, a JHSF registrou crescimento de 25,2% nas vendas no trimestre, encerrando o ano com vendas 22,5% maiores que em 2019, antes da pandemia.

"A JHSF apresentou ótimos resultados no segmento de shopping centers, refletindo novamente o desempenho superior dos varejistas de luxo", afirmam analistas do BTG Pactual em relatório.

  • JHSF (JHSF3): + 4,44%.

As construtoras de moradias populares Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3) também encerraram o dia em alta, após divulgarem suas respectivas prévias operacionais. Segundo o BTG, os números da Direcional foram "sólidos", principalmente os da subsidiária Riva, que se tornou "definitivamente uma realidade". No ano, os lançamentos da Riva cresceram 325% em valor geral de vendas (VGV) e as vendas líquidas, 175%. 

  • Direcional (DIRR3): + 8,15%;
  • Tenda (TEND3): + 7,36%.

Ações ligadas à tecnologia também ficaram entre as maiores altas do dia, com destaque para Inter (BIDI11) e BTG Pactual (BPAC11).

Com alta de mais de 9%, a fintech Méliuz (CASH3) também foi um dos destaques. Além do cenário macro, no radar, ainda estão os números da prévia operacional de sua concorrente Dotz (DOTZ3). Na noite anterior, a companhia apresentou crescimento de quatro vezes em downloads de sua conta digital e de duas vezes a quantidade de cadastros. As ações da companhia chegaram a subir mais de 6%, pela manhã, mas viraram para queda.

  • Banco Inter (BIDI11): + 13,16%;
  • Méliuz (CASH3): + 8,27%;
  • BTG Pactual (BPAC11): + 7,24%;
  • Dotz (DOTZ3): - 3,67%.

Na ponta negativa, papéis de exportadoras caíram com a queda do dólar, enquanto as ações de commodities devolveram parte dos fortes ganhos dos últimos dias. Carrefour (CRFB3) também ficou entre as maiores quedas do dia.

  • Carrefour (CRFB3): - 2,59%;
  • Suzano (SUZB3): - 2,49%;
  • Gerdau Metalúrgica (GOAU4): - 1,73%;
  • Vale (VALE3): - 1,70%.
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