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Ibovespa cai com pressões de Vale, Orçamento e exterior; GPA dispara 9%

Redes de supermercados lideram altas, após vendas do Carrefour bater as início da pandemia; Petrobras cai e também contribui para resultado negativo do índice

(NurPhoto/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de abril de 2021 às 16h40.

Última atualização em 20 de abril de 2021 às 17h50.

Após iniciar o pregão em leve alta, o Ibovespa entrou em terreno negativo ainda nos primeiros negócios do dia, acompanhando as bolsas internacionais e a tradicional cautela dos investidores pré-feriados. O índice também foi pressionado pelas perdas nos papéis de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4), que juntos representam mais de 20% da carteira teórica do Ibovespa.

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As ações da Petrobras registraram perdas de 2,48% nos papéis ordinários ( PETR3 ) e 1,84% nos preferenciais ( PETR4 ), em um movimento de ajuste após a valorização de quase 6% ontem com a garantia do novo presidente da companhia, Joaquim Silva e Lina, de que não irá desrespeitar a paridade internacional do preço do petróleo.

Já os papéis da Vale (VALE3) encerraram o dia em queda de 1,46% após a companhia registrar produção menor que a esperada no primeiro trimestre. Ainda assim, a empresa manteve o guidance (orientação) de produção, o que ajudou a aliviar as preocupações sobre a capacidade de entrega da empresa.

“O recuo na Petrobras já era esperado, mas o da Vale surpreendeu. Ainda assim, o principal fator a derrubar o índice foi o desfecho do acordo para aprovar o Orçamento de 2021, que foi muito negativo para a credibilidade fiscal do país”, comenta Rodrigo Friedrich, head de renda variável da Renova Invest, escritório de assessores ligado ao banco BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME ).

O Congresso Nacional aprovou na segunda-feira, 19, com aval do governo, um projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e traz ajustes para permitir a sanção do controverso Orçamento deste ano.

Embora ajude a viabilizar emendas parlamentares, deixando os programas Pronampe e BEm fora da meta de déficit primário, ainda restam dúvidas sobre como o governo irá fechar a equação.

Em declarações à imprensa para comentar os dados de arrecadação de março, o ministro da economia Paulo Guedes reforçou que apenas despesas delimitadas ficarão de fora da regra do teto de gastos.

Já o dólar flertou entre altas e baixas durante todo o dia e encerrou a sessão em leve apreciação contra o real.

Destaques da bolsa

O maior destaque positivo do Ibovespa foram os papéis do Pão de Açúcar (PCAR3) que disparam 8,92%, com a prévia de vendas do Carrefour (CRFB3) gerando algum otimismo sobre o setor de supermercados.

Em relatório divulgado na última noite, o Carrefour registrou receita bruta de 18,1 bilhões de reais, 15,1% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Os papéis da varejista encerraram o dia em alta de 3,29%.

"Os dados ainda estão fortes, apresentando crescimento mesmo em relação ao primeiro trimestre de 2020, quando houve uma corrida para os supermercados em março", afirma Henrique Esteter, analista da Guide. Segundo ele, expectativas em torno da venda da fatia do Pão de Açúcar na Cnova também contribuem para o movimento de alta.

Além das redes de supermercados, frigoríficos apresentam fortes altas, com destaque para a Marfrig (MRFG3), que subiu 4,60% no pregão. JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) também avançaram, com valorizações próximas a 1%.

Cautela no exterior

Nos Estados Unidos, país referência para o mercado financeiro global, os principais índices de ações encerraram o dia em queda, mesmo após surpresas positivas em balanços do primeiro trimestre divulgados nesta manhã.

Os principais, da Johnson & Johnson e Procter & Gamble, superaram as estimativas de receita e lucro, mas foram insuficientes para reverter o sentimento de cautela entre investidores. Depois do encerramento do pregão, será a vez da Netflix apresentar seus resultados.

No Japão, temores sobre o aumento do número de casos e mortes por covid-19 a dois meses das Olimpíadas voltaram a preocupar investidores, fazendo a bolsa de Tóquio despencar 3,14%. Para atenuar o alastramento do vírus, medidas de isolamento têm sido retomadas. De acordo com o jornal japonês Mainichi, Tóquio decidiu pedir ao governo do país que declare estado de emergência.

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