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Ibovespa fecha em queda puxado por recessão, Petrobras (PETR4) e risco fiscal

Bolsa brasileira ameniza perdas com virada dos índices americanos; varejistas lideram os ganhos do dia

Painel de cotações da B3: Petrobras foi principal influência negativa no dia (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: Petrobras foi principal influência negativa no dia (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 5 de julho de 2022 às 17h30.

Última atualização em 5 de julho de 2022 às 19h52.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira fechou esta terça-feira, 5, em queda, com investidores preocupados com a recessão em nível global e, internamente, atentos ao risco fiscal.

Mais cedo, o Ibovespa chegou a cair para a mínima de 96 mil pontos, mas recuperou parte das perdas com a virada no mercado americano. Por lá, investidores seguem atentos ao avanço da inflação e dos juros, mas o mercado registrou um dia de alívio, principalmente para as ações de tecnologia, com o índice Nasdaq encerrando o pregão em forte alta.

  • Dow Jones (Nova York): - 0,42%
  • S&P 500 (Nova York): + 0,16%
  • Nasdaq (Nova York): + 1,75%

O mesmo não pode ser dito do mercado de petróleo, que sofreu com a perspectiva de queda na demanda causada pela recessão. 

As cotações internacionais do petróleo tipo Brent, referência para o mercado brasileiro, caíram mais de 10% na mínima do dia – a commodity chegou a ser negociada abaixo da marca dos US$ 100, o que não acontecia desde maio.

A forte baixa derrubou os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), que ajudaram a puxar o Ibovespa para baixo.

E para aumentar as incertezas, analistas não chegam a consenso sobre o futuro dos preços. O JPMorgan vê o barril a US$ 380 no caso de uma grande interrupção da oferta russa, enquanto o Citigroup projeta um preço de US$ 65 considerando o risco de recessão.

Os temores derrubam também as ações das petroleiras privadas, que lideram as maiores quedas do pregão.

O que também derrubou o Ibovespa nesta terça-feira foi o risco fiscal. A PEC que cria benefícios em ano eleitoral e permite R$ 41 bilhões em gastos fora do teto de gastos está em análise na Câmara, e havia o temor de que novos gastos fossem incorporados à proposta. A preocupação foi amenizada ao longo da tarde após notícias que o texto não terá alterações. O relatório deve ser votado amanhã.

Maiores destaques da bolsa de valores hoje

Enquanto as petroleiras ocuparam a ponta negativa do Ibovespa, as varejistas e os papéis ligados à tecnologia foram o maior destaque de alta do dia. O movimento acompanhou a recuperação do setor no exterior, e, por aqui, terminou com ganhos de até 11% no caso de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3).

Outro destaque positivo foi a BRF (BRFS3), que subiu mais de 7% na bolsa. O ganho ocorreu após o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) elevar o preço-alvo da ação em 18%, de R$ 17 para R$ 20. O potencial de valorização (upside) é de 36% considerando o valor do fechamento de ontem, de R$ 14,73.

Dólar avança para R$ 5,38

Pressionado pelo fiscal e pelo risco de recessão nos EUA, o dólar avançou contra o real. A moeda chegou a ser negociada acima da marca de R$ 5,40 na máxima do dia.

  • Dólar comercial: + 1,19%, a R$ 5,389

No exterior, a moeda subiu mais de 1% contra as principais divisas no mundo e registrou uma marca histórica contra o euro – a cotação da moeda europeia chegou aos níveis mais baixos dos últimos 20 anos.

O câmbio entre euro e dólar chegou em US$ 1,0283, com queda de mais de 1,30% da moeda europeia.

A alta veio do temor de recessão também no continente europeu. A inflação na zona do euro atingiu um recorde de 8,6% em junho, levando o Banco Central Europeu (BCE) a avisar antecipadamente os mercados de sua intenção de aumentar as taxas de juro na reunião que ocorrerá no dia 21 de julho. Essa será a primeira vez que o Banco Central Europeu eleva os juros na zona do euro em 11 anos.

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