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Ibovespa cai para mínima em três meses após balanços decepcionarem

Bateria de balanços e cenário fiscal influenciaram desempenho do índice; Ultrapar despencou 12%

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 12 de agosto de 2021 às 17h27.

Última atualização em 12 de agosto de 2021 às 17h40.

Descolado do exterior, o Ibovespa caiu mais de 1% e voltou aos 120.000 pontos nesta quinta-feira, 12, registrando o menor patamar de fechamento desde o dia 12 de maio. O principal índice da B3 caiu 1,11%, encerrando o pregão aos 120.700 pontos.

O Ibovespa repercutiu a temporada de balanços, que teve mais de 20 resultados divulgados na última noite. Investidores também estiveram atentos às discussões sobre a reforma do imposto de renda em Brasília e a dados da economia americana.

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Entre os componentes do Ibovespa, a maior parte das ações fecharam o dia em terreno negativo, com destaque para a Ultrapar (UGPA3), que despencou 12,33%. A desvalorização ocorreu após a empresa decepcionar em resultado apresentado na última noite. No segundo trimestre, o Ebitda ajustado da companhia ficou em 503,5 milhões de reais, contra o consenso de mercado que esperava um valor de 971,3 milhões de reais.

Com um dos maiores pesos do índice, as ações da B3 (B3SA3) exerceram pressão negativa, caindo 7,71%, com investidores reagindo ao balanço do segundo trimestre. No período, a administradora da bolsa teve lucro líquido de 1,19 bilhões de reais, 21,6% maior na comparação anual.

Apesar da forte desvalorização, parte do mercado encarou o resultado como positivo. De negativo, Luis Sales, analista da Guide, ressalta que "o orçamento de despesas operacionais foi ajustado para cima, justificado pela intensificação de projetos para elevar capacidade de novos produtos, além de efeitos de alta da inflação sobre as despesas de pessoal".

Investidores também repercutiram negativamente os números da Via ( VVAR3, ex-Via Varejo), que despencou 7,3%. A empresa reportou lucro líquido de 132 milhões de reais no segundo trimestre, com aumento de receita de 49% para 7,88 bilhões de reais. Porém, seu Ebitda ajustado caiu 13% frente ao ano passado, ficando em 485 milhões de reais, abaixo das estimativas de 533 milhões de reais. Magazine Luiza (MGLU3), que apresenta balanço nesta noite, subiu 0,29%.

Maiores altas

Maiores quedas

NotreDame IntermédicaGNDI3

6,91%

UltraparUGPA3

-12,33%

HapvidaHAPV3

6,38%

MinervaBEEF3

-11,27%

FleuryFLRY3

4,01%

B3B3SA3

-7,71%

Os destaques positivos do dia ficaram com o setor de saúde, com NotreDame Intermédica (GNDI3) subindo 6,91% e Hapvida (HAPV3) avançando 6,38%. A Hapvida divulgou seu balanço na última noite, mostrando uma queda de 29,5% no lucro líquido.

“Embora tenha apresentado um resultado aquém de nossas expectativas em função de um aumento na sinistralidade, as ações da Hapvida vão subindo, puxando também os papéis da Notredame Intermédica [investidores aguardam a fusão das empresas]. O destaque positivo do resultado ficou com o bom controle das despesas operacionais, bem como as expansões na rede própria da companhia”, destacaram, em nota, analistas da Ativa Investimentos.

Ainda entre as altas, as ações da Americanas (AMER3) subiram 2,47%, após a companhia anunciar a aquisição da rede de mercados Hortifurti.

"A chegada da Hortifruti vem para fechar uma importante lacuna nas operações da Americanas. Essa parte alimentar é onde existe maior recorrência de receita. Afinal, ninguém compra geladeira todos os meses, mas compra alimentos várias vezes no mês", diz Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual Digital.

Dólar a R$ 5,25

O dólar voltou a fechar em alta e superou a casa de 5,25 reais nesta quinta-feira, atingindo sua maior marca em cinco semanas. O mercado acompanhou os ganhos da moeda no exterior após dados mais fortes de inflação nos EUA divulgados na véspera. Também pesaram as novas incertezas fiscais no Brasil com o adiamento da votação da reforma do Imposto de Renda para a próxima semana.

O dólar comercial subiu 0,67%, a 5,256 reais, maior nível desde 8 de julho, quando foi cotado a 5,2549 reais.

No exterior, o índice DXY, que mede a força da divisa norte-americana contra uma cesta de rivais, fechou o dia em alta de 0,08%, mantendo-se perto de máximas em mais de quatro meses.

NY tem mais um dia de recordes

Nos Estados Unidos, o mercado ainda está digerindo a alta inesperada do Índice de Inflação ao Produtor americano (PPI, na sigla em inglês), que subiu 1% em julho ante expectativa de um aumento de 0,5%. Na comparação anual, a inflação ao produtor passou de 7,3% para 7,8%.  Também foram divulgados nos Estados Unidos os pedidos semanais de seguro desemprego, que vieram em linha com as estimativas de 375.000.

Em Nova York, o S&P 500 e o Dow Jones atingiram novas máximas pelo terceiro dia consecutivo e encerraram o pregão em alta de 0,04% e 0,3%, respectivamente. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,35%.

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