Ibovespa fecha em leve alta com commodities apesar do exterior negativo

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 fechou em leve alta nesta quarta-feira, 30, sustentado por ações do setor de commodities. O movimento foi na contramão dos mercados internacionais, onde os investidores estão preocupados com uma possível estagflação econômica — um cenário de crescimento baixo e inflação elevada.

O principal ponto de atenção no dia foi a economia americana, que enfrenta a maior inflação em 40 anos. Para somar às preocupações, nesta quarta o PIB do quatro trimestre dos EUA foi revisado para baixo, de 7% para 6,9%. O mercado esperava um ajuste para 7,1%.

Ainda assim, a expectativa é de que o banco central americano, o Fed, siga com o plano de endurecer a política monetária, subindo a taxa de juro — especialmente após a divulgação de dados relacionados ao mercado de trabalho. Divulgados nesta manhã, os dados do ADP, que informam a criação de empregos privados, ficaram em 455 mil, um valor 5 mil acima do consenso de mercado para o mês de março. Já a divulgação do ADP de fevereiro foi revisada em 11 mil para 486 mil. O resultado deve aumentar a confiança do Fed para subir a taxa de juro, retirando a atratividade da renda variável.

• Ibovespa: + 0,20%, 120.259 pontos
• S&P 500: - 0,63%

No Brasil, a inflação também preocupa. O IGP-M de março, divulgado nesta manhã, também sugere a adoção de medidas contracionistas pelo Banco Central. O índice de inflação medido pela FGV ficou em 1,74%, acima da alta de 1,34% projetada pelo mercado. "A leitura preliminar dos dados do IGP-M de março sugere que o BC deverá ter de subir a Selic para 13,25% uma vez que a abertura dos dados aponta para uma inflação persistente", afirma, em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton.

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No câmbio, o dólar comercial subiu ante o real, mas ainda fechou o dia negociado abaixo da marca de R$ 4,80. Após cair por oito sessões consecutivas, o dólar tem enfrentado volatilidade nesta semana com a aproximação do fechamento do mês.

Nesta época, a moeda é influenciada pelo movimento técnico de formação da Ptax — taxa de câmbio calculada pelo Banco Central e usada como referência para contratos envolvendo negócios em dólar. A Ptax é calculada diariamente, mas costuma ficar mais volátil no último pregão do mês, quando é gerada a Ptax que será utilizada para contratos cambiais no mês seguinte.

• Dólar comercial: + 0,62%, a 4,787 reais

Destaques de ações

O cenário global de inflação alta e crescimento baixo, impulsionou a busca por empresas de commodities. O movimento favoreceu a bolsa brasileira, com concentração relevante do setor em sua composição. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4), com mais de 25% do Ibovespa, sustentaram o índice próximo da estabilidade.

A Vale, com o maior peso do Ibovespa, subiu, acompanhando o quinto dia de valorização do minério de ferro na China. Já a petrolífera estatal avançou até 2%, tendo a alta do petróleo como pano de fundo.

• Vale (VALE3): + 1,43%
• Petrobras (PETR4): + 2,14%
• Petrobras (PETR3): + 1,77%
• 3R (RRRP3): + 1,74%

Investidores também repercutem o resultado da Méliuz (CASH3), divulgado na última noite. "O  Ebitda recorrente e o lucro líquido ajustado saíram pior do que o esperado", avaliaram analistas do BTG Pactual, em relatório. As despesas com cashback, que cresceram 148% no trimestre, ficaram 50% acima das projeções do banco, influenciou negativamente o resultado da empresa, apesar da alta de 68% da receita líquida no período. As ações sobem, após abrirem em queda. Outras fintechs, como o Pan também fecharam o dia em alta

• Méliuz (CASH3): + 2,65%
• Pan (BPAN4): + 5,68%

Na ponta negativa. a Rede D'Or (RDOR3), e Qualicorp (QUAL3) recuaram após apresentaram balanços considerados fracos na última noite.

• Qualicorp (QUAL3): - 5,99%
• Rede D'Or (RDOR3): - 3,34%