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Ibovespa fecha em alta e recupera parte das perdas por variante ômicron

Bolsas americanas avançam mais de 1% após o presidente dos EUA, Joe Biden, negar a necessidade de lockdown por nova cepa

. (Germano Lüders/Exame)

. (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 29 de novembro de 2021 às 18h26.

Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 21h34.

O Ibovespa fechou em alta de 0,58%, em 102.814 pontos, nesta segunda-feira, 29, recuperando parte das perdas do último pregão, quando o índice afundou mais de 3%, refletindo a aversão ao risco com a identificação da nova variante da covid-19 ômicron. Apesar das incertezas envolvendo a nova cepa, nos Estados Unidos, os principais índices de ações chegaram a subir mais de 1%, chegando a 2% no intradia.

Em Wall Street, o índice Nasdaq subiu 1,88%, o S&P 500, 1,32% e o Dow Jones, 0,68%, após o presidente Joe Biden descartar a necessidade de lockdown devido à variante ômicron, apesar dos alertas da Organização Mundial da Saúde, que a classificou como um risco global "muito alto" com "consequências severas" para algumas regiões. No fim de semana, porém, especialistas da África do Sul, onde a nova cepa foi descoberta, minimizaram seus sintomas.

Na Europa, onde as pressões por novas restrições aumentam com o avanço do número de casos e temores sobre a nova cepa, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,78%, após ter caído 3,67% na última sessão. Apesar do certo alívio no mercado global, o dólar teve um dia misto contra moedas emergentes, fechando em alta de 0,24% no Brasil, a 5,611 reais. 

Do lado das commodities, o petróleo e o minério de ferro apresentaram fortes altas no exterior, impulsionando as ações de petroleiras e mineradoras na B3. petróleo, que registrou perdas de dois dígitos no último pregão com o temor de novos lockdowns, hoje, subiu mais de 3%. Na bolsa, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4), com a segunda maior participação do Ibovespa, subiram cerca de 3,5% impulsionando o índice. PetroRio (PRIO3) subiu 3,42%

Do lado da mineração, a Vale (VALE3) fechou em alta de 1,25%, após o minério de ferro ter subido nesta madrugada. No radar dos investidores também esteve o encontro de executivos da companhia com o mercado, no Vale Day. No evento, a Vale revisou seu guidance de produção de minério de ferro para baixo, o que deve contribuir para a valorização da commodity — embora não seja tão positivo para os acionistas. Também beneficiada pela alta do minério, a Usiminas (USIM5) subiu 6,12%, enquanto CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) avançaram cerca de 1%.

As maiores altas, contudo, ficaram com as ações de tecnologia, que acompanharam a forte valorização do setor nos Estados Unidos. Por aqui, a Locaweb (LWSA3) subiu 6,77%, Banco Inter (BIDI11), 4,52% e Méliuz (CASH3), 3,46%. Já a GetNet (GETT11) liderou os ganhos ao disparar 11,21%.

Agenda Macro

Na parte de agenda, investidores repercutiram dados de inflação, que vieram abaixo do esperado. O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou o mês de novembro com variação positiva de 0,02%, bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,21%, e com isso o índice passou a acumular nos 12 meses até novembro alta de 17,89%.

A desaceleração da inflação medida pelo IGP-M vai contra o apresentado pela prévia da inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15). O dado ficou em 1,17% em novembro, registrando a maior alta para o mês em quase duas décadas, ficando acima das projeções que estimavam alta média de 1,10% no mês.

Dados do Boletim Focus divulgados nesta segunda, também mostram perspectivas negativas para a inflação. As projeções em 2021 subiram de 10,12% para 10,15% — e de 4,96% para 5,00% em 2022. Já a previsão para o PIB mostra um crescimento caindo de 4,80% para 4,78% neste ano, ante uma diminuição de de 0,70% para 0,58% no ano seguinte.

Investidores também seguem atentos às movimentações políticas. Em Brasília, há a expectativa de que a PEC dos Precatórios seja votada nesta terça. A rejeição do texto preocupa o mercado, que tem uma solução "ainda pior" para as contas públicas.

 “Caso a PEC não seja aprovada, provavelmente o governo tentaria abrir crédito extraordinário para comportar os gastos, embora só possam ser abertos para cobrir despesas comprovadas como ‘imprevisíveis e urgentes’”, explica Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco Modalmais.

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