Ibovespa encerra em queda com incertezas sobre política e Previdência
Índice da bolsa paulista recuou 0,08% a 93.662,01 pontos
Reuters
Publicado em 25 de março de 2019 às 17h08.
Última atualização em 25 de março de 2019 às 18h28.
O principal índice da bolsa paulista fechou em queda nesta segunda-feira, diante de cautela dos investidores quanto à possível interferência do noticiário político no andamento da reforma da Previdência e cenário externo sem viés.
O Ibovespa recuou 0,08 por cento, a 93.662,01 pontos. O volume financeiro somou 14,5 bilhões de reais.
Na última semana, o índice acumulou perda de 5,45 por cento, encerrando a sexta-feira cotado a 93.735,15 pontos, menor patamar desde 11 de janeiro.
Nesta segunda-feira, o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), determinou a liberdade do ex-presidente Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco, e outros, após terem sido presos na semana passada no âmbito da operação Descontaminação, um desdobramento da operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Para Eduardo Guimarães, especialista em ações da consultoria independente de investimentos Levante, o mercado está colocando um pouco mais de risco na aprovação de reforma, já que o balanço da semana passada foi muito negativo, grande parte devido ao noticiário político do país, que incluiu as prisões de Temer e Moreira Franco.
"O governo precisa mostrar um diálogo melhor com o Congresso e um maior comprometimento com a reforma", afirmou Guimarães.
Em Wall Street, o índice S&P 500 fechou a sessão em leve queda, pressionado pela queda nas ações da Apple e por preocupações com a desaceleração do crescimento econômico global.
Destaques
- COSAN caiu 3,78 por cento, liderando as perdas no Ibovespa. Mais cedo a Raízen Energia, pertencente à Cosan, informou que captou 900 milhões de reais por meio de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), em uma operação que registrou demanda recorde para ofertas locais de renda fixa com participação do grupo.
- NATURA perdeu 3,37 por cento, ainda ecoando a confirmação de que a empresa mantém negociação com a rival Avon para potencial transação envolvendo as companhias.
- VALE teve queda de 1 por cento, após notícia de que as operações da mina de Brucutu não serão retomadas no prazo previsto anteriormente, com impacto anualizado estimado na produção de aproximadamente 30 milhões de toneladas de minério de ferro. Também no radar estava o anúncio de que a mineradora desembolsará 16,96 bilhões de reais na manutenção de suas operações no Brasil em 2019, ante 14,45 bilhões investidos no ano passado.
- CEMIG subiu 2,61 por cento, ainda repercutindo notícias de que a elétrica mineira fechou contrato para ampliar sua fatia na Renova Energia, com uma previsão ainda de lançar uma oferta pública para a aquisição das demais ações da companhia em circulação.
- ELETROBRAS PNB avançou 1,03 por cento, e ELETROBRAS ON ganhou 2,58 por cento, tendo como pano de fundo notícias de que a elétrica Taesa e o grupo de infraestrutura J. Malucelli tiveram aval sem restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aquisição de ativos da estatal.
- PETROBRAS PN subiu 1,26 por cento, e PETROBRAS ON cedeu 0,39 por cento, em sessão negativa para os preços do petróleo no exterior.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,15 por cento, enquanto BRADESCO PN ganhou 0,22 por cento, exercendo as principais influências positivas do Ibovespa, considerando o peso que os papeis possuem em sua composição.