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Ibovespa cai abaixo dos 127 mil pontos com reforma e variante da covid-19

Ações mais prejudicadas pelos efeitos da pandemia voltam a figurar entre as maiores quedas

Painél de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de junho de 2021 às 10h36.

Última atualização em 29 de junho de 2021 às 16h09.

O Ibovespa descola do cenário positivo no exterior e recua nesta terça-feira, 29, em meio à cautela do mercado sobre as consequências da reforma tributária se somando aos temores quanto à variante delta do coronavírus. Investidores avaliam como serão seus efeitos em países com o ritmo de vacinação mais lento, como é o caso do Brasil. Às 16h05, o principal índice da B3 recuava 0,37%, aos 126.952 pontos.

Com a segunda morte confirmada pela variante da covid-19 no país, ações ligadas à reabertura econômica figuram entre as maiores quedas desde início de pregão. Na ponta negativa, estão os papéis da Iguatemi (IGTA3), que recuam mais de 4%. As demais administradoras de shoppings centers -- BrMalls (BRML3), Multiplan (MULT3), JHSF (JHSF3) e Aliansce Sonae (ALSO3) -- caem mais de 2%.

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O setor também pode ser afetado pela segunda parte da reforma tributária, apresentada ao Congresso na última sexta-feira. Segundo analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame), o impacto seria na proposta do fim do regime de tributação do “lucro presumido”. A regra seria aplicada para empresas que auferem mais de 50% da receita de aluguel, como os shoppings.

O mercado também segue repercutindo a reforma em outras frentes, como no setor bancário, que tem peso de quase 15% no Ibovespa. Isso porque, caso a proposta seja aprovada como está, os bancos seriam prejudicados pelo fim do benefício fiscal sobre o pagamento de juros sobre capital próprio.

Com os temores, as ações do Itaú (ITUB4) recuam 1,68%, seguidas pelos papéis do Bradesco (BBDC3/BBDC4) que caem 1,44% e 1,03%. As units do Santander (SANB11) tem queda de 1,08% e as ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuam 0,86%.

Companhias elétricas também são negociadas em queda na bolsa diante do impacto da crise hídrica sobre o fornecimento de energia. Nesta terça-feira, a energia ficou mais cara após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar um reajuste de 52% na bandeira tarifária vermelha. Entre as maiores quedas do setor estão os papéis da Equatorial (EQTL3), que recuam 2,48%.

O que alivia a pressão sobre o Ibovespa são as ações da Vale (VALE3), que avançam cerca de 1,55%, mesmo com a desvalorização do minério de ferro na China. As siderúrgicas CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GOAU4) acompanham o movimento da mineradora.

“Mineradoras e siderúrgicas sobem com investidores especulando que as companhias poderão adiantar e intensificar o pagamento de dividendos, devido à proposta do governo para a Reforma Tributária”, avaliam, em nota, analistas da Ativa Investimentos.

Em forte alta nesta sessão também estão os papéis da Braskem (BRKM5) e Banco Inter (BIDI11), que chegam a ter apreciação de mais de 4%. No caso da Braskem, os papéis reagem à notícia de que a Novonor (antiga Odebrecht) estendeu para 9 de julho o prazo para recebimento de propostas pela sua participação na petroquímica. O prazo anterior terminava amanhã.

Investidores também ficam atentos aos dados de inflação divulgados nesta manhã pela FGV. Conhecido como "inflação do aluguel", o IGP-M de junho ficou desacelerou de 4,1% para 0,6%. O número ficou abaixo da expectativa de 1%. Ainda assim, no acumulado de 12 meses, está em está com alta de 35,75%. Já o índice de preço ao produtor (IPP) ficou em 1% contra 2,19% do mês passado.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar apresenta leve alta contra o real, subindo em linha com o movimento de alta contra as principais moedas emergentes. Na máxima da sessão, a divisa americana chegou a ser negociada a 4,971 reais.

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