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Ibovespa cai com cautela em NY e dólar supera R$ 5; GPA dispara

Lockdown na China e temores sobre próximos passos do Fed pressionam bolsas internacionais no primeiro pregão de maio

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de maio de 2022 às 17h30.

Última atualização em 2 de maio de 2022 às 17h35.

Ibovespa hoje: a cautela ditou o ritmo dos negócios no início desta semana, que será marcada pela decisão de juros do Brasil e Estados Unidos. Preocupações sobre um aperto monetário mais duro no Federal Reserve (Fed, banco central americano) impulsionaram o dólar no mundo inteiro. Por aqui, a divisa voltou a ser negociada acima de R$ 5. O tom negativo também se refletiu no principal índice da B3, que operou em queda.

  • Ibovespa: - 1,15%, 106.639 pontos
    Dólar: + 2,08%, R$ 5,123

"O Ibovespa recua e o dólar avança devido ao grande temor da inflação. Além do temor da alta de juros pelo Fed que está previsto para quarta-feira, para ter esse controle maior da inflação e, também, refletindo negativamente a questão do aumento de covid na China nos últimos dias e semanas", comenta Vírgilio Lage, especialista do Valor Investimentos.

A expectativa é de que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed acelere o ritmo de alta para 50 pontos base, levando a taxa de juros local para o intervalo de 0,75% e 1%. No Brasil, investidores aguardam a prometida alta de 100 pontos base, com a Selic passando para 12,75%.

O consenso, de acordo com o boletim Focus desta segunda, é de que a alta de juros não pare por aí. A projeção de economistas para a Selic do final do ano é de 13,25%. As estimativas se mantiveram inalteradas em relação ao último Focus, mas o consenso para o IPCA subiu de 7,65% para 7,89%, mesmo com indicadores de inflação saindo abaixo das expectativas na última semana. 

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A queda do petróleo, motivada por preocupações sobre a demanda chinesa pela commodity, ajuda a aliviar arte das preocupações inflacionárias. O rendimento dos títulos americanos, que refletiu a expectativa do juro médio para o período, apresentam variações contidas nesta manhã.

Por outro lado, ações de petrolíferas foram negociadas em queda. A PetroRio (PRIO3), principal empresa privada do setor do país, figurou entre as maiores quedas do Ibovespa. 3R e Petrobras acompanharan as perdas.

  • PetroRio (PRIO3): - 5,81%
  • 3R (RRRP3): - 5,11%
  • Petrobras (PETR4): - 0,99%

A Vale (VALE3), com a maior participação do Ibovespa, também pesou contra o índice, recuando em meio às restrições da chinesa para conter a alta de casos de covid-19.

  • Vale (VALE3): - 0,44%

O dólar mais alto somado ao aumento de casos de covid no mundo formou um cenário ainda mais desafiador para ao setor de viagens e turismo. Ações da Azul e GOL caíram mais de 5% e as da CVC, mais de 3%.

  • Azul (AZUL4): - 7,19%
  • GOL (GOLL4): - 5,98%
  • CVC (CVCB3): - 3,17%

Na ponta oposta, as ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) lideraram as altas, subindo mais de 4%. A forte valorização ocorreu após o colunista de O Globo, Lauro Jardim, noticiar que Abílio Diniz, maior acionista do Carrefour, está em negociações iniciais com o grupo Casino.

  • GPA (PCAR3): + 4,87%

As poucas ações em terreno positivo foram as da JHSF Participações, Braskem e Suzano, beneficiadas pela alta do dólar.

  • JHSF (JHSF3): + 5,03%
  • Braskem (BRKM5):+2,98%
  • Suzano (SUZB3): + 2,94%
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