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Ibovespa vira e perde os 100 mil com tensão entre China e EUA e Covid-19

Retomada de medidas de isolamento social na Califórnia também aumenta pessimismo sobre recuperação econômica

Bolsa: Ibovespa cai 1,33% e encerra em 98.697,06 pontos (NurPhoto/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 13 de julho de 2020 às 17h50.

Depois de passar a maior parte do dia em alta, a bolsa brasileira entrou em terreno negativo na última hora de pregão, acompanhando as perdas do mercado americano. Como pano de fundo para o maior pessimismo esteve a escalada de tensões sino-americanas, após o governo Trump rejeitar as reivindicações chinesas sobre o Mar do Sul da China. A medida representa uma mudança na posição política dos Estados Unidos de não interferir em disputas territoriais da região. O Ibovespa, principal índice de ações, caiu 1,33% e encerrou em 98.697,06 pontos. Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 0,92%.

"Estamos deixando claro: as reivindicações de Pequim de recursos offshore na maior parte do Mar da China Meridional são completamente ilegais, assim como sua campanha de bullying para controlá-los", disse Mike Pompeo, secretário de Estado dos Estados Unidos. No fim da semana passada, o presidente Donald Trump afirmou que é improvável que a segunda fase do acordo comercial avance.

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Outro fator que pressionou as negociações foi a decisão do governador da Califórnia que, em meio ao crescente número de casos de Covid-19 no estado, voltou atrás sobre medidas de reabertura econômica, ordenando o fechamento de bares e outras atividades. Os investidores temem que outros estados sigam o exemplo. Na véspera, a Flórida apresentou mais de 15.000 novos infectados, registrando novo recorde para um estado americano.

"Tudo isso tem impacto no crescimento econômico global. Então, o mercado vê de forma negativa", disse Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Apesar de ter encerrado em queda, pela manhã, os mercados apontavam para um dia positivo, com o Ibovespa chegando a tocar os 100.857 pontos na máxima. No radar, esteve o status de "fast-track" dado pela agência reguladora dos EUA, FDA, a duas potenciais vacinas que vêm sendo desenvolvidas pela Pfizer em parceria com a BioNTech. A medida deve facilitar os processos de aprovação.

Na bolsa, o destaque positivo ficou com as ações do IRB Brasil, que encerraram em alta de 5,3%. Desde que a nova direção escancarou os problemas da gestão anterior, a empresa tem retomado parte da confiança do mercado, perdida no início do ano, após uma série de polêmicas envolvendo a resseguradora.

O setor de mineração e siderurgia também teve dia de valorização, com a apreciação do minério de ferro na China, que subiu e encerrou acima dos 105 dólares por tonelada. Na máxima da sessão os papéis da CSN chegaram a subir mais de 9%, encerrando em alta de 3,9%. As ações da Vale, que têm a maior participação no Ibovespa, subiu 1,2% e ajudou a impedir que o índice caísse ainda mais.

No extremo negativo, as ações da Ambev lideraram as perdas, recuando 5,7%. Com grande peso no Ibovespa, os papéis foram um dos grandes responsáveis pela queda do índice. Cyrela, Natura  e Yduqs também se destacaram negativamente, com respectivas quedas de 5,3%, 5,1% e 4,4%.

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