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Ibovespa fecha em forte queda mas tem maior alta semanal em 4 anos

Investidores realizam lucros de curto prazo e se protegem de incertezas do fim de semana; cenário político pesa sobre bolsa brasileira

Bolsas: índices acionários caem, após três dias consecutivos de alta (d3sign/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2020 às 10h26.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 17h38.

São Paulo - O Ibovespa devolveu parte dos últimos ganhos nesta sexta-feira (27), recuando 5,51% e encerrando em 73.428,78 pontos. A queda ocorreu em linha com os mercados internacionais, que passaram por realização de lucros após as recentes valorizações nas bolsas globais. Apesar da queda de hoje, o principal índice da bolsa brasileira subiu 9,48% na semana - a maior alta semanal desde fevereiro de 2016.

Entre os investidores, já era esperada alguma ressaca, após o rali dos últimos três dias, impulsionados por estímulos americanos para mitigar os impactos do coronavírus na economia. No período, o Ibovespa disparou 22.24%.

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“É um movimento mais técnico do que ligado a alguma notícia”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

No exterior, as principais bolsas do mundo também recuaram nesta sexta. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 caiu 3,37%, enquanto o pan-europeu Stoxx 600, 3,26%.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, vê um movimento de queda mais expressivo no Ibovespa relacionado à maior instabilidade política no país. Segundo o analista, os recentes conflitos do presidente Jair Bolsonaro com integrantes do Legislativo e com governadores estaduais contribuíram para a queda mais acentuada no mercado brasileiro.

Entre os 40 principais índices acionários do mundo, o Ibovespa teve a segunda maior queda. "As bolsas [globais] estão passando por realização de lucros e os investidores estão mais contidos por causa do fim de semana, mas aqui soma-se o risco político", comentou. Somente a Rússia teve desempenho pior que o do brasileiro. No Reino Unido, onde primeiro ministro Boris Johnson foi diagnosticado com coronavírus, a bolsa de Londres caiu 5,25%.

Gustavo Cruz não descarta a possibilidade novas quedas nas bolsas de valores a ponto dos circuit breakers precisarem ser acionados, mas acredita que o fundo do poço pode estar mais perto. "É muito difícil falar se vai ser em 60 mil ou 50 mil pontos, mas já começa a ficar claro que alguns papéis estão descontados a ponto de um gestor se sentir confortável a comprar a ação", disse.

Na Bolsa, os papéis da Petrobras caíam forte puxado pela depreciação do barril de petróleo e  exerceram forte pressão sobre o Ibovespa. No pregão, as ações ordinárias da petroleira caíram 10,75% e as preferenciais, 7,57%.

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