Hypermarcas convoca analistas para mostrar 'nova cara', mas não convence
Investidores querem ver para crer a mudança na estratégia da empresa
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 15h14.
São Paulo – A Hypermarcas reuniu analistas e investidores ontem à tarde em São Paulo para apresentar detalhes da sua estratégia que pretende marcar um novo começo para a empresa após trimestres consecutivos de resultados que decepcionaram o mercado. E parece ter conseguido.
A percepção dos analistas é de que há um plano bem definido e uma equipe capaz para empreendê-lo. Mas ele não é fácil e muito menos rápido, o que não muda por ora a visão de cautela do mercado para as ações. Os papéis HYPE3 amargam a vice-liderança negativa do Ibovespa em 2011, com uma desvalorização de 61%.
A empresa tem vendido alguns negócios nas áreas de limpeza e alimentos para fortalecer a atuação nos segmentos de medicamentos e cuidados pessoais, que possuem margens maiores. A última operação anunciada foi a venda das marcas Assim, Sim, Gato, Fluss, Sanifleur e Mat Inset para a Flora, da holding J&F, que é dona também do JBS.
Desempenho das ações em um ano:
Mas foi uma nova abordagem comercial com os distribuidores o estopim da perda de credibilidade da fabricante de bens de consumo com o mercado.
Nova política comercial
“No início deste ano, a Hypermarcas aumentou os preços e reduziu os prazos de pagamento para os atacadistas, por acreditar que os anteriores seriam excessivamente generosos. Isso resultou em um processo de redução de estoques, e os atacadistas diminuíram drasticamente suas compras”, avalia Francisco Chevez, analista do HSBC, em um relatório publicado na sexta-feira.
“Resumidamente, o objetivo da nova política é colocar o investimento no lugar certo, ao invés de utilizar recursos com descontos que não trazem benefícios para empresa”, dizem os analistas da Planner Corretora, que participou do “Hype Day”, em um relatório. Eles explicam que a margem do distribuidor continuar preservada, pois o desconto era apenas repassado ao consumidor.
A nova política comercial, que afetou os resultados do segundo e terceiro trimestres, também a fez rever a projeção de lucro operacional para 2011, que foi reduzida de 1 bilhão de reais para 700 milhões de reais. Para 2012, a estimativa está em 850 milhões de reais.
Ver para crer
Segundo a analista do Itaú BBA, Juliana Rozenbaum, a administração da Hypermarcas avalia que o processo de ajuste do nível dos estoques na cadeia de distribuição será finalizado em 20112, para que em 2012 as vendas se ajustem à demanda, afirma ela em um relatório publicado hoje.
“Entretanto, teríamos gostado de dados adicionais para corroborar essas tendências e maior visibilidade sobre a nova relação entre a companhia e o canal de distribuição; acreditamos que ainda exista um risco relevante de execução nas novas iniciativas como as forças de vendas integradas e a venda direta aos varejistas, que ainda parecem incipientes”, destaca Juliana em sua análise.
“Saímos da reunião com uma convicção renovada de que a Hypermarcas não é uma ‘empresa quebrada’ como alguns investidores acreditam”, dizem Jose Yordan e Rebeca Sanchez Sarmiento, analista do Deutsche Bank, em um relatório. Eles se disseram impressionados com o detalhamento dos times de cada departamento e com o progresso da integração das empresas adquiridas nos últimos anos.
“Mas também ficou claro que a multiplicidade de desafios nas frentes de competição e regulatórias, unidas com economia em estagnação, faz com que o momento da reviravolta se torne um tanto incerto”, ressaltam.
“Como o investidor pode ver, os desafios parecem grandes o suficiente para nós nos tornarmos mais otimistas antes que qualquer melhoria no crescimento ou na geração de caixa seja anunciada”, destaca Luiz Cesta, analista da Votorantim Corretora, em uma análise.
A Hypermarcas levará amanhã os analistas e investidores para uma visita para a fábrica em Anápolis (GO), que tem o foco voltado para a divisão Farma. Veja abaixo a apresentação que o mercado viu durante o encontro realizado na segunda-feira:
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São Paulo – A Hypermarcas reuniu analistas e investidores ontem à tarde em São Paulo para apresentar detalhes da sua estratégia que pretende marcar um novo começo para a empresa após trimestres consecutivos de resultados que decepcionaram o mercado. E parece ter conseguido.
A percepção dos analistas é de que há um plano bem definido e uma equipe capaz para empreendê-lo. Mas ele não é fácil e muito menos rápido, o que não muda por ora a visão de cautela do mercado para as ações. Os papéis HYPE3 amargam a vice-liderança negativa do Ibovespa em 2011, com uma desvalorização de 61%.
A empresa tem vendido alguns negócios nas áreas de limpeza e alimentos para fortalecer a atuação nos segmentos de medicamentos e cuidados pessoais, que possuem margens maiores. A última operação anunciada foi a venda das marcas Assim, Sim, Gato, Fluss, Sanifleur e Mat Inset para a Flora, da holding J&F, que é dona também do JBS.
Desempenho das ações em um ano:
Mas foi uma nova abordagem comercial com os distribuidores o estopim da perda de credibilidade da fabricante de bens de consumo com o mercado.
Nova política comercial
“No início deste ano, a Hypermarcas aumentou os preços e reduziu os prazos de pagamento para os atacadistas, por acreditar que os anteriores seriam excessivamente generosos. Isso resultou em um processo de redução de estoques, e os atacadistas diminuíram drasticamente suas compras”, avalia Francisco Chevez, analista do HSBC, em um relatório publicado na sexta-feira.
“Resumidamente, o objetivo da nova política é colocar o investimento no lugar certo, ao invés de utilizar recursos com descontos que não trazem benefícios para empresa”, dizem os analistas da Planner Corretora, que participou do “Hype Day”, em um relatório. Eles explicam que a margem do distribuidor continuar preservada, pois o desconto era apenas repassado ao consumidor.
A nova política comercial, que afetou os resultados do segundo e terceiro trimestres, também a fez rever a projeção de lucro operacional para 2011, que foi reduzida de 1 bilhão de reais para 700 milhões de reais. Para 2012, a estimativa está em 850 milhões de reais.
Ver para crer
Segundo a analista do Itaú BBA, Juliana Rozenbaum, a administração da Hypermarcas avalia que o processo de ajuste do nível dos estoques na cadeia de distribuição será finalizado em 20112, para que em 2012 as vendas se ajustem à demanda, afirma ela em um relatório publicado hoje.
“Entretanto, teríamos gostado de dados adicionais para corroborar essas tendências e maior visibilidade sobre a nova relação entre a companhia e o canal de distribuição; acreditamos que ainda exista um risco relevante de execução nas novas iniciativas como as forças de vendas integradas e a venda direta aos varejistas, que ainda parecem incipientes”, destaca Juliana em sua análise.
“Saímos da reunião com uma convicção renovada de que a Hypermarcas não é uma ‘empresa quebrada’ como alguns investidores acreditam”, dizem Jose Yordan e Rebeca Sanchez Sarmiento, analista do Deutsche Bank, em um relatório. Eles se disseram impressionados com o detalhamento dos times de cada departamento e com o progresso da integração das empresas adquiridas nos últimos anos.
“Mas também ficou claro que a multiplicidade de desafios nas frentes de competição e regulatórias, unidas com economia em estagnação, faz com que o momento da reviravolta se torne um tanto incerto”, ressaltam.
“Como o investidor pode ver, os desafios parecem grandes o suficiente para nós nos tornarmos mais otimistas antes que qualquer melhoria no crescimento ou na geração de caixa seja anunciada”, destaca Luiz Cesta, analista da Votorantim Corretora, em uma análise.
A Hypermarcas levará amanhã os analistas e investidores para uma visita para a fábrica em Anápolis (GO), que tem o foco voltado para a divisão Farma. Veja abaixo a apresentação que o mercado viu durante o encontro realizado na segunda-feira:
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