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Governo estuda quarentena para aplicação em bolsa, diz fonte

A restrição para aplicações estrangeiras seria parte das medidas para conter a apreciação cambial

Sede do Banco Central, em Brasília
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2011 às 20h20.

São Paulo - O governo estuda adotar a exigência de quarentena para investimentos estrangeiros em ações brasileiras, como parte das medidas para conter a apreciação cambial, disse uma pessoa a par das discussões.

O anúncio de novas medidas cambiais pode ser feito na próxima semana, disse a pessoa, que pediu anonimato porque as discussões não são públicas. O governo ainda não adotou as medidas devido à instabilidade do preço do petróleo e avalia o impacto desse fator na economia, segundo a pessoa.

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“Ainda temos bons fundamentos, ainda temos um diferencial significativo nas taxas de juros”, disse Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, em entrevista por telefone de São Paulo. “Os investimentos vão continuar entrando no Brasil, isso não vai ajudar.”.

O dólar operava em alta de 0,14 por cento, a R$ 1,6645, às 17:09. A moeda americana acumula uma alta de 0,6 por cento na semana.
Segundo Carlos Levorin, gestor de renda variável da Grau Gestão de Ativos, a adoção de uma quarentena seria “totalmente contraproducente”. Essa medida poderia, para ele, prejudicar a liquidez da bolsa.

“Não é este dinheiro que está fazendo o dólar cair. O problema não é a medida em si, mas o precedente que cria”, disse. “Vai tirar fluxo da bolsa, que é benéfica, pois dá acesso ao capital para as empresas.”

A última medida adotada pelo governo para conter a apreciação cambial foi em 6 de janeiro, quando o Banco Central instituiu o recolhimento de um compulsório sobre as posições vendidas em dólar. No mesmo mês, o BC retomou os leilões de swap cambial reverso, que são uma aposta contra o real no mercado futuro, e também os leilões de compra de dólares a termo.

Em outubro, o governo triplicou o Imposto sobre Operações Financeiras para investimentos estrangeiros em renda fixa para 6 por cento, também como tentativa de limitar a queda do dólar.

O real subiu 40 por cento em relação ao dólar nos últimos dois anos, o segundo melhor desempenho entre 25 moedas de países emergentes acompanhadas pela Bloomberg. O rand, da África do Sul, é a que mais se valorizou nesse período.

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