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Jornalistas teriam espionado Goldman Sachs com terminais

Segundo reportagem do New York Post, banco desconfia que funcionários da Bloomberg tenham usado informações sigilosas obtidas através de terminais

Goldman Sachs: jornalistas teriam acessado informações como a hora em que funcionários efetuaram login ou a hora em que fecharam a ferramenta (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 15h05.

São Paulo - O jornal americano New York Post publicou uma reportagem afirmando que o banco de investimentos Goldman Sachs suspeita que jornalistas do serviço de notícias da Bloomberg tenham usado informações sigilosas de funcionários do banco em suas notícias. Segundo o New York Post, os jornalistas teriam obtido essas informações usando terminais da própria Bloomberg. Os terminais são usados em bancos de investimentos e corretoras para a realização de negócios em vários mercados, além da leitura de notícias.

De acordo com a publicação, os jornalistas da Bloomberg teriam acessado informações como a hora em que funcionários do Goldman Sachs se conectaram ao terminal, a hora em que fecharam a ferramenta, e até que pesquisas fizeram. Essas informações são sigilosas, pois podem revelar as estratégias dos clientes da Bloomberg. Na maioria das empresas, informações como essas são restritas, normalmente, à área comercial.

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Depois que o caso veio à tona, outros veículos como os britânicos Financial Times e The Guardian publicaram reportagens afirmando que o JP Morgan, outro grande banco de investimentos americano, também tem reclamações desse tipo contra a Bloomberg.

Em sua reportagem, o Financial Times afirma que a insatisfação do JP com a Bloomberg é de longa data. O banco suspeita que jornalistas da Bloomberg tenham usado informações sigilosas de seus funcionários para fazer a cobertura de um episódio, no ano passado, que ficou conhecido como o da “baleia de Londres”.

Em março de 2012, o serviço de notícias da Bloomberg foi o primeiro a informar uma perda bilionária do JP Morgan em uma operação mal sucedida com derivativos de crédito. De acordo com a reportagem, o operador Bruno Iksil havia feito uma aposta tão grande nesses papéis que estava causando distorção no mercado.

Quando a notícia da operação veio a público, outros participantes do mercado se sentiram encorajados a apostar contra o JP Morgan, que teve um prejuízo bilionário com a operação. Segundo o JP, jornalistas da Bloomberg teriam tido acesso, via terminais, às informações sobre quando e durante quanto tempo Iksil havia permanecido conectado a seu terminal Bloomberg.

Segundo publicado pelo Financial Times, a Bloomberg afirmou ao Goldman Sachs que restringiu o acesso de seus jornalistas aos terminais um dia depois que as reclamações foram feitas. À imprensa, um porta-voz da Bloomberg afirmou não ter conhecimento de reclamações deste tipo por parte dos bancos de investimentos.

Atualizado às 15:05

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