Invest

Gavekal: por que Biden corre o risco de perder a Casa Branca - e a chapa democrata?

À medida que fica claro que as chances de Biden ser reeleito são baixas, a casa de análises avalia os cenários prováveis da disputa

Joe Biden (foto) disputa a reeleição contra o seu antecessor, Donald Trump (Ting Shen/Bloomberg/Getty Images)

Joe Biden (foto) disputa a reeleição contra o seu antecessor, Donald Trump (Ting Shen/Bloomberg/Getty Images)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 17h09.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 às 17h28.

A eleição presidencial nos Estados Unidos promete ser um dos acontecimentos mais marcantes do ano. A disputa será acirrada, caminhando para uma disputa entre o atual mandatário, Joe Biden, contra o seu antecessor, Donald Trump. Mas apesar de tecnicamente empatados, alguns fatores têm pesado contra o candidato democrata e feito a Gavekal desenhar possíveis desdobramentos do que veremos ao longo dos próximos meses.

Louis-Vincent Gave, fundador da casa de análise, destaca que o cenário está mais incerto para Biden, sobretudo com o relatório recente do Departamento de Justiça dos EUA, que questionou a memória e a acuidade mental do atual presidente americano. “Ter um candidato que terá dificuldades para acompanhar o ritmo nos últimos seis meses de campanha, ou que pode tropeçar – física ou verbalmente – nos debates, está provocando o temor entre os democratas de que não apenas o partido corre o risco de perder a Casa Branca, mas também podem ocorrer surpresas na chapa”, diz em relatório.

O que também tem alimentado as incertezas é justamente a indefinição de quem pode ganhar a disputa — embora haja uma leve vantagem de Trump com 43,9% das intenções de voto frente 42,3% ao atual mandatário. Diante disso, o fundador da Gavekal aponta para dois possíveis cenários para as eleições americanas.

1. Biden concorre pela chapa do Partido Democrata

Gave aponta que, sob essa perspectiva, o mercado provavelmente vai começar a precificar uma vitória de Trump. Isso pode implicar, futuramente, em cortes nos impostos — e em mais déficits orçamentários do que o previsto pelo Congresso —, enfraquecimento do dólar e alta dos treasuries americano.

Ainda assim, o especialista alerta que há o risco de Trump ser impedido de correr por meios legais. “O que geraria o caos por si só e provavelmente seria bastante pessimista para os ativos dos EUA”, diz. Ou mesmo a chegada de uma terceira via, com a entrada de nomes como Robert F. Kennedy Jr. à disputa.

2. Biden deixa chapa e dá oportunidade a outro nome

À medida que fica claro que as chances de Biden ser reeleito são baixas, outro caminho que Gave aponta é de que o mandatário desista da chapa e o Partido Democrata encontre outra figura para a disputa contra Trump. No entanto, ele lembra que encontrar um nome forte e que seja capaz de bater de frente com o republicano não é tão simples. 

O especialista destaca que, se essa alternativa for seguida pelo partido, é preciso optar por uma personalidade midiática — um líder empresarial ou até mesmo uma liderança militar. “Na verdade, um líder militar reconhecido pode funcionar melhor, uma vez que essa ala continua a ser a principal instituição que a maioria dos americanos respeita e admira.”

Mas mesmo a possibilidade acima levantada não parece o ideal para Gave. Afinal, um militar à frente da Casa Branca tem peso para movimentar as peças da geopolítica mundial e afetar todas as economias. E, é claro, os investidores globais estão cada vez mais precificando uma vitória de Trump. “Qualquer coisa que possa perturbar essa narrativa pode acabar perturbando os mercados financeiros, que dificilmente são precificados pela incerteza.”

Confira as últimas notícias de Invest:

Acompanhe tudo sobre:Joe BidenGavekalEleiçõesPartido Democrata (EUA)

Mais de Invest

Veja o resultado da Mega-Sena concurso 2769: prêmio é de R$ 10,4 milhões

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 9,5 milhões

O que é taxa de câmbio e qual o impacto nos investimentos?

Banco Central volta a intervir no câmbio, após dólar bater R$ 5,69

Mais na Exame