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Fusões e aquisições no Brasil disparam 81,9% no ano até setembro

Volume financeiro de anúncios soma US$88,8 bi no período Commodities, energia e telefonia foram os destaques Por Aluísio Alves SÃO PAULO, 4 de outubro (Reuters) - A combinação de farto acesso a capital internacional por grandes empresas domésticas, crescente interesse de estrangeiros pelo Brasil e consolidação em vários setores da economia fez o mercado de […]

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2010 às 14h08.

Por Aluísio Alves

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SÃO PAULO, 4 de outubro (Reuters) - A combinação de farto
acesso a capital internacional por grandes empresas domésticas,
crescente interesse de estrangeiros pelo Brasil e consolidação
em vários setores da economia fez o mercado de fusões e
aquisições no país apresentar forte crescimento no acumulado
deste ano até setembro.

Segundo levantamento da Thomson Reuters, o giro financeiro
de operações envolvendo companhias brasileiras anunciadas nos
nove primeiros meses de 2010 totalizou 88,8 bilhões de dólares,
um salto de 81,9 por cento em relação ao registrado em igual
período de 2009.

Entre os mercados emergentes, o Brasil ficou em posição de
destaque ao lado de China e México. As fusões e aquisições
anunciadas em países em desenvolvimento totalizaram 480,7
bilhões de dólares de janeiro a setembro, aumento de 63 por
cento contra um ano antes. A cifra representa mais de um quarto
das operações globais do período.

Para especialistas, o movimento reflete um cenário
positivo, incluindo a perspectiva de crescimento da economia
brasileira acima da média internacional por vários anos e o
movimento de consolidação em vários setores, como varejo,
petróleo e gás e açúcar e álcool.

"Está todo mundo voltando os canhões para o Brasil", disse
Marco Gonçalves, chefe da área de Mergers & Aquisitions (M&A)
do BTG Pactual, líder no ranking de instituições financeiras
coordenadoras de fusões envolvendo empresas brasileiras no
ano.

De um lado, o país é uma das poucas alternativas para
grandes empresas globais para continuar expandindo suas
atividades, já que a perspectiva para economias desenvolvidas é
de baixo crescimento por um período prolongado.

É o que explicaria, por exemplo, a compra da fatia na
operadora móvel Vivo que pertencia à Portugal
Telecom pela espanhola Telefónica , a
anunciada Oferta Pública de Aquisição (OPA) das ações
preferenciais da empresa de TV por assinatura Net
pela Embratel (do grupo mexicano América Móvil) ou ainda as
seguidas compras feitas por fundos de private equity.

Na semana passada, o Blackstone , um dos maiores
gestores de fundos de private equity do mundo, anunciou a
compra de 40 por cento da brasileira Pátria Investimentos.

"Todos querem ficar posicionados no Brasil", disse o
vice-presidente e chefe da área de banco de investimentos do
Itaú BBA, Jean-Marc Etlin.

Segundo os executivos, o interesse dos estrangeiros se
mantém, mesmo com o real valorizado frente ao dólar, o que
encarece os ativos brasileiros no exterior. "O que eles estão
comprando é crescimento da economia", disse Gonçalves, do BTG
Pactual.

Em todo o mundo, a atividade de fusões e aquisições
totalizou 1,75 trilhão de dólares nos nove meses iniciais de
2010, alta de 21 por cento contra um ano antes. A quantidade de
operações cresceu 3,8 por cento, para 29 mil transações.

Considerando apenas o intervalo de julho a setembro, as
fusões e aquisições no mundo avançaram 21 por cento contra um
ano antes, para 676,9 bilhões de dólares, trimestre mais forte
desde os mesmos três meses em 2008, quando a quebra do Lehman
Brothers desencadeou uma crise global.

(Edição de Cesar Bianconi)

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