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Financeiro pressiona bolsas da Europa, mas energia gera avanços

O petróleo e o cobre avançam, o que beneficia setor de energia, embora papéis de bancos estejam em geral em baixa

Bolsa de Paris: o mercado aguarda o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE) (Jean-Claude Coutausse/Bloomberg)

Bolsa de Paris: o mercado aguarda o discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE) (Jean-Claude Coutausse/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de novembro de 2016 às 08h38.

São Paulo - As bolsas da Europa abriram na maioria em alta nesta segunda-feira, depois perderam fôlego, chegaram a cair, porém tentavam firmar uma recuperação.

O petróleo e o cobre avançam, o que beneficia setor de energia, embora papéis de bancos estejam em geral em baixa. O mercado aguarda o discurso mais tarde do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, em um dia sem indicadores relevantes no continente.

Draghi pode dar novos sinais sobre a trajetória da política monetária na zona do euro. Diante do cenário de crescimento e inflação fracos, investidores esperam que a instituição decida prolongar por mais tempo seu programa de compra de bônus, previsto inicialmente para terminar em março.

O presidente do BCE fala às 14h (de Brasília). Antes, às 9h, o Banco Central da Alemanha (Bundesbank) divulga relatório mensal.

O euro mostra força ante o dólar nesta manhã, o que em geral pressiona as ações de exportadoras do continente ou de outras empresas que sofrem com esse movimento por ter parte significativa da receita atrelada ao câmbio.

A companhia aérea Lufthansa caía 1,01% na Bolsa de Frankfurt, onde Siemens tinha baixa de 0,23%. Em Paris, a montadora Peugeot recuava 0,93%,

O setor bancário estava em boa medida pressionado no continente. Caso Draghi reafirme seu compromisso por juros baixos por mais tempo, isso pode ser negativo para essas companhias, já que isso afeta seus rendimentos.

Em Londres, Lloyds caía 1,71%, Santander recuava 0,19% em Madri, Société Générale tinha baixa de 0,42% em Paris e, em Frankfurt, o papel do Commerzbank caía 0,81%. Em Milão, UniCredit recuava 2,42% e Banca Monte dei Paschi di Siena tinha queda de 5,20%.

Já o setor de energia se destacava, beneficiado pela alta do cobre e do petróleo. Entre as mineradoras, Antofagasta subia 1,65% e Glencore avançava 1,68%, enquanto a petroleira BP ganhava 1,28% em Londres. Em Paris, a petroleira Total subia 0,22% e, em Milão, a ação da Eni subia 0,32%.

Além de monitorar os sinais do BCE, investidores acompanham também o cenário político. No fim de semana, o ex-presidente Nicolas Sarkozy foi derrotado nas primárias do setor conservador e está fora da disputa.

François Fillon, que recebeu o apoio de Sarkozy, e o prefeito de Bordeaux, Alain Juppé, fazem no próximo domingo o segundo turno dessa disputa para ver quem selará a candidatura à disputa do próximo ano. Fillon, que ficou à frente na primeira votação, foi primeiro-ministro durante o governo Sarkozy e já atuou como ministro do Trabalho e da Educação. Fillon, que já recebeu o apoio de Sarkozy, propõe um choque na economia, com grandes cortes de gastos e reformas trabalhistas.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel afirmou que buscará um quarto mandato à frente do governo, após meses de especulações sobre o tema, inclusive dentro de seu próprio partido.

Às 8h15 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,27%, Frankfurt avançava 0,22% e Paris tinha alta de 0,31%. Em Milão, mais pressionada pelo setor bancário, o índice FTSE-MIB caía 0,63%, enquanto Madri subia 0,11% e Lisboa tinha alta de 0,16%.

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