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Ficou mais seguro investir em Petrobras com novos campos

Papéis devem subir no longo prazo, ainda que a inflação na China acabe com o boom das commodities

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 10h41.

Antes mesmo de ter início a onda de descobertas de campos de petróleo na Bacia de Santos, no Rio de Janeiro, os especialistas já classificavam as ações da Petrobras entre as de menor risco do mercado. As informações sobre o potencial de exploração de Tupi, Júpiter e Carioca, ainda que não sejam precisas, colocam a companhia em confortável posição no cenário internacional e devem garantir aos investidores bons retornos no longo prazo, mesmo que a alta da inflação na China acabe com o boom das commodities nos próximos meses ( clique aqui e veja mais), avaliam os especialistas.

De acordo com o sócio da Paraty Investimentos, Marco Franklin, estima-se uma alta para os papéis entre 2% e 7% para cada 1 bilhão de barris produzidos. Isso significa que, se for confirmada a informação de que o novo campo ( clique aqui e saiba mais sobre essa descoberta) terá potencial de produção de 33 bilhões de barris, as ações da companhia deverão sofrer uma valorização de ao menos 30%, já que a Petrobras é dona de 45% do campo em questão. Dessa forma, a previsão para as ações preferenciais da estatal em dezembro de 2008, que até então girava em torno de 110 reais, saltou para 145 reais, na avaliação da Paraty Investimentos.

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"Mas ainda há chances do ajuste ser bem maior, porque não está claro se esse potencial de produção se refere somente ao Carioca (um dos blocos de exploração na Bacia de Santos. Clique aqui e veja o mapa) ou a todo o Pão de Açúcar (que engloba, além do Carioca, outros quatro blocos de exploração)", diz Franklin. Em comunicado, a Petrobras informa que ainda estão sendo desenvolvidos estudos para verificar a abrangência do novo campo ( clique aqui e saiba mais).

Para o analista da corretora Geração Futuro, Lucas Brendler, até que esse estudo seja divulgado, o mercado deve trabalhar com projeções de produção semelhantes a dos campos de Tupi e Júpiter, que apresentam potencial de produção estimada entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. "Quando o relatório desse novo campo sair, o mercado deve ajustar o preço das ações para cima ou para baixo, de acordo com o resultado", diz Brendler.

A previsão é de que os primeiros estudos fiquem prontos até maio. Como o mercado acionário trabalha com expectativas, as ações devem reagir a cada nova informação. Portanto, o investidor que decidir aplicar nos papéis deve se preparar para enfrentar volatilidade. "Não só por causa da descoberta, mas também por influência do mercado externo. A crise de crédito nos Estados Unidos ainda está mexendo com as bolsas de todo o mundo", lembra o analista da corretora Alpes, Fausto Gouveia.

Nesta segunda-feira (14/4), os papéis preferenciais da Petrobras encerraram o pregão cotados a 82,97 reais, em alta de 5,62%, enquanto as ações ordinárias subiram 7,67%, para 102,41 reais. Apesar da valorização, os papéis da estatal ainda acumulam perdas em 2008 de 6,14% e 2,53% nas ações preferenciais e ordinárias, respectivamente ( clique aqui e saiba tudo sobre as ações) . No período, o Ibovespa registra queda de 2,71%.

Preferência nacional

Poucas são as unanimidades no mercado financeiro. A Petrobras é uma dessas raridades. O consenso de que as ações da estatal estão entre as mais promissoras da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) deve-se a um conjunto de fatores, que inclui a expectativa de novas descobertas nos próximos meses. "É grande a possibilidade de encontrarem outros campos como o Carioca, Tupi e Júpiter", afirma Brendler.

Além disso, o aumento de produtividade nos campos já em operação e as consecutivas altas nas cotações do petróleo no mercado internacional - somente em 2008 os preços já subiram 16% ( clique aqui e leia mais) - garantem a expectativa de fartos retornos aos investidores. Pelas contas de Marco Franklin, para compensar essa valorização do petróleo, a Petrobras deveria elevar em 10% o preço da gasolina e 30% o diesel.

Por enquanto, a valorização do real frente ao dólar vem ajudando a empresa a segurar os preços no mercado interno. "Apesar de o governo dizer que não haverá aumento na gasolina neste ano, nós já estamos trabalhando com a possibilidade de reajuste de 5% no segundo semestre", diz Brendler.

O fato de o governo utilizar a Petrobras como ferramenta no controle da inflação é o único ponto negativo apontado pelos analistas. "Por isso, as ações da Petrobras apresentam um desconto quando comparadas as de petrolíferas privadas de outros países", explica Fausto Gouveia ( clique aqui e veja mais). "Mas esse risco já está embutido no preço. Portanto, os papéis são atrativos assim mesmo".

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