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Fibria ganha da Suzano na renda fixa depois da venda de ativos

Rendimento dos títulos da Fibria de cupom 7,5 por cento subiu 10 pontos-base nos últimos 30 dias

Fábrica da Fibria: empresa é a maior produtora mundial de celulose (Germano Lüders/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 08h13.

Nova York e São Paulo - A Fibria Celulose SA, maior produtora mundial de celulose, está superando a Suzano Papel & Celulose SA no mercado de renda fixa, apesar da concorrente ter classificação de risco superior. O avanço dos bônus da Fibria vem na esteira da venda de R$ 1,5 bilhão em ativos, que reduziu a dívida da empresa em 19 por cento.

O rendimento dos títulos da Fibria de cupom 7,5 por cento subiu 10 pontos-base nos últimos 30 dias. A alta se compara a um salto de 33 pontos-base nos títulos de 10 anos da Suzano, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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Os títulos da Fibria estão disparando após a empresa ter vendido 50 por cento do Consórcio Paulista de Papel e Celulose - Conpacel à Suzano e anunciar planos de se desfazer da fábrica de papel em Piracicaba e de ativos florestais para reduzir seu endividamento.

“A Fibria está numa parte diferente do ciclo, ainda está se desalavancando, e a direção realmente colocou ênfase na obtenção do grau de investimento”, disse Autumn Graham, analista de dívida do Barclays Plc em Nova York, numa entrevista por telefone. A Suzano “já começou a investir e ainda tem muito bom crédito, mas tem consideráveis expectativas de investimento nos próximos anos”.

O rendimento dos títulos da Fibria pode continuar se estreitando se a companhia continuar vendendo ativos, disse Graham. Os recursos obtidos com a venda do Conpacel, por US$ 1,5 bilhão, serão usados para pagar dívidas, disse Carlos Aguiar, presidente da empresa, em uma teleconferência em 16 de fevereiro. Os ativos de Piracicaba têm valor total de R$ 1 bilhão, de acordo com um relatório do analista do Banco Santander SA, Felipe Reis, datado de 21 de janeiro.

Rebaixamento

A Fibria foi formada quando a Votorantim Celulose & Papel SA comprou a Aracruz Celulose SA em 2009, depois de a Aracruz ter perdido US$ 2,13 bilhões com apostas em derivativos cambiais em 2008 após o colapso do Lehman Brothers Holdings Inc. Aracruz e Votorantim arcaram com perdas devido a apostas de que o real continuaria subindo após quatro anos de ganhos em relação ao dólar, mas o quadro se reverteu quando o aperto de crédito provocou uma debandada de investidores dos mercados emergentes.

Em abril de 2009, a nota de crédito da Fibria foi rebaixada de Baa3, o nível mais baixo na escala de grau de investimento, após anunciar a aquisição.

“A potencial venda de ativos nos ajudará a reduzir a alavancagem, mas não contamos com isso para recuperar o grau de investimento”, disse Aguiar. “Estamos cortando custos e modernizando nossas plantas para nos tornarmos mais eficientes”.

A dívida bruta da Fibria era de R$ 12,1 bilhões no quarto trimestre, comparado a R$ 14,98 bilhões um ano antes.

Oportunidade

“A Fibria está permanentemente atenta às janelas de oportunidade no mercado financeiro internacional com o intuito de dar continuidade a sua estratégia de gestão do endividamento, e nesse momento está realizando um road show com investidores estrangeiros”, segundo comunicado enviado pela empresa por e- mail.

Enquanto a Fibria, sediada em São Paulo, está focada na melhora do balanço patrimonial, a Suzano está se expandindo. A empresa sediada em Salvador planeja investir cerca de US$ 6,3 bilhões até 2014 em novas unidades, de forma a mais que dobrar a produção de celulose. A companhia tenta captar pelo menos US$ 2 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e pode vender títulos e ações para obter o restante, disse Antonio Maciel Neto, presidente da empresa, em 29 de outubro.

Um porta-voz da Suzano, que não pode ser identificado em obediência à política da empresa, não retornou a um telefonema e a um e-mail da Bloomberg News solicitando comentários para esta reportagem.

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