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Fed vai reduzir estímulos em US$ 15 bi por mês ainda em novembro

Política monetária envolvia a compra de US$ 120 bilhões mensais em títulos; retirada gradual do programa é conhecida como ‘tapering’

Prédio do Federal Reserve em Washington | Foto: Reuters (Kevin Lamarque/Reuters)
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Beatriz Quesada

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 15h14.

Última atualização em 3 de novembro de 2021 às 16h16.

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou nesta quarta-feira, 3, que vai começar a reduzir o ritmo de suas compras mensais de títulos ainda em novembro, até o final do mês. A retirada gradual dos estímulos é conhecida no mercado financeiro como ‘ tapering ’.

Dos atuais 120 bilhões de dólares comprados mensalmente pelo Fed, o processo de tapering prevê reduções de 15 bilhões de dólares a cada mês – 10 bilhões de dólares em títulos do Tesouro e 5 bilhões de dólares em títulos lastreados em hipotecas.

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O Fomc, comitê de política monetária do Fed, afirmou em comunicado que a mudança veio "à luz do progresso substancial que a economia fez em relação às metas do Comitê desde dezembro passado".

A decisão, já aguardada pelo mercado, ocorre em meio aos altos índices de inflação, que vem se mostrando mais persistente nos Estados Unidos do que apontavam as primeiras expectativas. “Os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e à reabertura da economia contribuíram para aumentos consideráveis de preços em alguns setores”, destaca o comunicado.

A autoridade monetária também assegurou que está pronta para fazer ajustes no processo, se necessário. “O Comitê julga que reduções semelhantes no ritmo de compras de ativos provavelmente serão apropriadas a cada mês, mas está preparado para ajustar o ritmo de compras se justificado por mudanças nas perspectivas econômicas”, afirma o comunicado.

Taxa de juros mantida

Como esperado, o Fomc optou por não aumentar as taxas de juros, que permaneceram no intervalo entre 0% e 0,25%. Em entrevista coletiva na sequência da divulgação do comunicado, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, enfatizou que o principal assunto da decisão era o tapering, e não uma futura alta de juros.

“A decisão de começar a reduzir as compras de ativos não implica qualquer sinal direto em relação à política de taxas de juros. Seria necessário um teste mais rigoroso para as condições econômicas antes de aumentar a taxa”, disse Powell.

O Fed também manteve sua posição de que a inflação é transitória, reforçando a percepção de que não há pressa em subir as taxas após o encerramento do tapering no próximo ano.

Nos Estados Unidos, os índices reagiram positivamente à perspectiva de que os juros não devem subir tão cedo e renovaram as máximas após a divulgação da decisão.

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