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Falta de apoio a candidato favorável a mercado é risco, diz Fitch

Agência disse que não aposta em vitória de candidato favorável a mais intervencionismo, mas reforçou que incerteza política vai persistir

Fitch: "Uma forte liderança política com governabilidade seria importante para avançar nas reformas, para apoiar a confiança, aumentar o crescimento e reduzir as preocupações com a sustentabilidade da dívida pública a médio prazo" (Joel Saget/AFP)

Fitch: "Uma forte liderança política com governabilidade seria importante para avançar nas reformas, para apoiar a confiança, aumentar o crescimento e reduzir as preocupações com a sustentabilidade da dívida pública a médio prazo" (Joel Saget/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 14h35.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2018 às 18h49.

São Paulo - No relatório em que anuncia o rebaixamento do rating do Brasil, de BB para BB-, a agência de classificação de risco Fitch Ratings ressalta que as eleições para presidente devem adicionar mais incerteza ao cenário político, destacando que um dos motivos é a falta de uma candidatura competitiva que seja favorável ao mercado financeiro.

"Embora o ciclo eleitoral ainda esteja no início, a falta de apoio substantivo a um candidato favorável ao mercado, a natureza fragmentada do cenário eleitoral, a redução da confiança nas instituições e as investigações em curso de Lava Jato significam que os riscos relacionados ao ciclo eleitoral não podem ser desconsiderados", listou a agência.

A agência disse que não aposta que a eleição termine com a vitória de um candidato populista e favorável a mais intervencionismo estatal, mas reforçou que a incerteza política vai persistir, com a força e o ritmo do ajuste econômico e fiscal podendo variar a depender do candidato vencedor e do apoio que ele terá no Congresso.

"Uma forte liderança política com governabilidade seria importante para avançar nas reformas, para apoiar a confiança, aumentar o crescimento e reduzir as preocupações com a sustentabilidade da dívida pública a médio prazo", defende a Fitch.

A agência também disse que pesou na sua decisão de rebaixar o Brasil a recente discussão em torno da chamada "regra de ouro", que proíbe a emissão de dívida pública para cobrir gastos correntes. "Isso indica que o compromisso com regras fiscais autoimpostas é fraco."

 

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