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Exterior define queda de juros nos contratos longos

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2013

Bovespa: a queda dos juros longos no Brasil está em sintonia com a verificada nos Estados Unidos (Germano Lüders/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 16h48.

São Paulo - As notícias ruins no exterior, onde os balanços de empresas norte-americanas decepcionaram e persistiram as preocupações com a zona do euro, colocaram as taxas dos contratos futuros de juros em baixa nesta sexta-feira, em especial nos vencimentos mais longos. Os contratos mais curtos seguem "congelados", em meio à percepção de que o ciclo de cortes da Selic, atualmente em 7,25% ao ano, terminou de fato na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Embora a última ata do Copom tenha sido direta ao abordar a questão, alguns profissionais do mercado alertam que o cenário global ainda é incerto e, por isso, novos cortes podem ocorrer.

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2013 (81.975 contratos) estava em 7,11%, em linha com o ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2014 (297.560 contratos) marcava 7,33%, ante 7,34% do ajuste. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (96.355 contratos) estava em 8,48%, ante 8,53%, e o DI para janeiro de 2021 (13.840 contratos) marcava 9,10%, ante 9,20% do ajuste.

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A queda dos juros longos no Brasil está em sintonia com a verificada nos Estados Unidos, onde as taxas dos Treasuries também recuavam. Às 16h50 (horário de Brasília), o T-Note de 10 anos tinha taxa de 1,754%, ante 1,832% do fim da tarde de quinta-feira, e o T-Bond de 30 anos marcava 2,923%, ante 2,978%.


Na visão de analistas, o pessimismo se impôs após a divulgação de balanços desapontadores da Apple e da Amazon e do anúncio de dados ruins na Espanha. Após o fechamento das Bolsas na véspera, a Apple anunciou um aumento de 24% no lucro líquido do quarto trimestre fiscal, encerrado em 29 de setembro, para US$ 8,22 bilhões (US$ 7,05 por ação). A receita aumentou 27%, para US$ 35,97 bilhões. Mas analistas esperavam lucro de US$ 8,84 por ação e receita de US$ 35,86 bilhões. Já a Amazon.com, maior varejista online do mundo, divulgou um prejuízo de US$ 274 milhões no terceiro trimestre, de US$ 0,60 por ação. O prejuízo foi muito pior do que as previsões dos analistas, de perda de US$ 0,08 por ação.

Na Espanha, a taxa de desemprego subiu para 25,02% no terceiro trimestre, superando a marca de 25% pela primeira vez na história. "Essas notícias ajudaram as taxas dos DIs a cair hoje nos contratos mais longos", comentou o estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno. "Nos Estados Unidos, o PIB (Produto Interno Bruto) até que veio bom, trazendo certo alívio para os mercados, mas isso foi momentâneo", acrescentou. O PIB anualizado nos EUA cresceu 2,0% entre julho e setembro.

As taxas curtas, por sua vez, permaneceram congeladas. Um operador destacou que os DIs com vencimento até julho de 2013 não se mexem, "ficando todos com taxa de 7,11%, sinalizando que o Banco Central nada deve fazer com a Selic". Para a reunião mais próxima do Copom, no fim de novembro, a curva a termo precifica de forma unânime, conforme cálculo de um profissional, a manutenção da Selic em 7,25% ao ano.

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