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Exame Research eleva preço-alvo do Magalu em carteira de setembro

Casa de análise acredita que forte incremento das vendas on-line durante a pandemia tenha efeitos duradouros - papéis já acumulam 100% de alta no ano

Magazine Luiza: com aumento das vendas on-line, companhia se fortalece durante a pandemia (Germano Lüders/Exame)

Magazine Luiza: com aumento das vendas on-line, companhia se fortalece durante a pandemia (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 13h11.

As ações do Magazine Luiza bateram 100% de valorização no ano nesta terça-feira, 1, e analistas da Exame Research veem espaço para novas altas, elevando o preço-alvo de seus papéis em 10,2%, de 98 reais para 108 reais. A mudança foi feita na carteira recomendada de setembro. Desde sua criação, quem seguiu o produto da casa obteve retorno de 48,7%, contra 34,1% do Ibovespa.

A revisão se deve ao desempenho da companhia no segundo trimestre, período em que se beneficiou do aumento das vendas on-line em decorrência da necessidade de isolamento social imposta pela pandemia. “Houve um ganho de participação de mercado importante que irá gerar efeitos duradouros de rentabilidade”, afirma o relatório assinado pelo executivo-chefe de investimentos da Exame Research, Renato Mimica, e pelo analista de renda variável, Bruno Lima.

No segundo trimestre, o Magazine Luiza registrou aumento das vendas digitais em 182% na comparação anual, sendo que a frente de vendas diretas teve um incremento de 171%, e a de marketplace, de 214%. O resultado foi tão expressivo que a empresa conseguiu aumentar a receita de vendas totais (on-line e off-line) em 49%, para 8,6 bilhões de reais.

A expectativa da Exame Research é a de que até 2025, o e-commerce, pelo menos, triplique de tamanho e que o Magazine Luiza se consolide e saia como uma das vencedoras desse processo.

Mas, apesar do otimismo com a companhia, a casa de análises vê como um risco a possibilidade de a economia brasileira se recuperar de forma mais lenta do que o esperado. Nesta terça-feira, foi divulgado o PIB do Brasil do segundo trimestre, que teve contração de 9,7% em relação ao primeiro, com destaque negativo para o comércio, que teve queda de 13% no período.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo despencaram 17,1% em abril na comparação mensal, mas apresentaram forte movimento de recuperação nos meses seguintes, avançando 14,4% em maio e 8% em junho. Um dos fatores elencados pela Exame Research para essa melhora dos indicadores foi o auxílio emergencial do governo, prorrogado até o fim deste ano.

Embora seja esperado um forte e contínuo crescimento da varejista, analistas da Exame Research também ponderam que parte dessas expectativas já estão embutidas no preço da ação. Com o indicador que mede a relação do preço da ação pelo lucro por ação em 224 vezes, a casa vê o valuation da empresa em patamares já “bem elevados”. “Portanto, qualquer decepção nesse sentido poderia ser negativo para o valor das ações”, diz o relatório.

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