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Europa recua com temores sobre dívidas soberanas

Por Clarissa Mangueira Londres - As principais Bolsas europeias fecharam em queda, tomando um fôlego após os ganhos desencadeados na semana passada pelo anúncio da segunda rodada de flexibilização quantitativa do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), depois que o foco dos investidores se dirigiu novamente para a dívida soberana de países da periferia da […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2010 às 15h25.

Por Clarissa Mangueira

Londres - As principais Bolsas europeias fecharam em queda, tomando um fôlego após os ganhos desencadeados na semana passada pelo anúncio da segunda rodada de flexibilização quantitativa do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), depois que o foco dos investidores se dirigiu novamente para a dívida soberana de países da periferia da zona do euro.

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O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em leve queda de 0,06 ponto (0,02%), a 271,91 pontos.

Parece cada vez mais provável que Irlanda se juntará a Grécia no grupo de países da zona do euro que precisarão de cuidados intensivos, com Portugal, não muito atrás.

O spread (prêmio) dos títulos de 10 anos da Irlanda sobre os títulos comparáveis da Alemanha atingiu 550 pontos-base pela primeira vez nesta segunda-feira, bem acima do recorde anterior de 536 pontos-base, segundo a Tradeweb, à medida que aumentaram as preocupações dos investidores sobre a habilidade do país para combater a crise de seu sistema bancário. Os swaps de default de crédito (CDS) da Irlanda subiram para um nível recorde, enquanto os de Portugal e da Espanha alcançaram novas máximas.

No entanto, a Grécia teve uma rara pausa do movimento negativo. Após resultados parciais mostrarem que o Partido Socialista, atualmente no poder, venceu as eleições locais no domingo na Grécia, o índice de ASE Composite, da Bolsa de Atenas, saltou mais de 1,2%, e encerrou aos 1.526,91 pontos, enquanto os CDS do país, que ainda estão acima dos da Irlanda, recuaram modestamente.

Também foi revelado hoje que as renovadas tensões em mercados periféricos de títulos forçaram o Banco Central Europeu (BCE) a retomar seu programa de compra de bônus governamentais. De acordo com dados da autoridade monetária, o BCE comprou 711 milhões de euros de bônus governamentais na semana passada, após ter se ausentado do mercado por três semanas.

"A retomada de intervenção, com o segundo maior volume de compras desde o início de julho, com certeza é um golpe para Axel Weber, presidente do Bundesbank alemão, que disse em 12 de outubro que as compras de títulos deveriam 'ser agora eliminadas de forma permanente'", ressaltou Martin van Vliet, economista do ING Bank. "Além disso, isso pode atenuar um pouco a percepção de uma divergência política crescente entre a Fed e o BCE", acrescentou Vliet.

O índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, recuou 25,39 pontos (0,43%) e fechou a 5.849,96 pontos. Segundo David Jones, da IG Index, o fechamento negativo da bolsa parece ser apenas, por enquanto, um surto de realização de lucros após os ganhos acentuados na semana passada. As ações dos bancos registraram os piores desempenhos, com o Royal Bank of Scotland recuando 3,02%. Rolls Royce subiu 2,71%, após informar um progresso das investigações sobre a causa da falha do motor que levou a companhia aérea australiana Qantas Airways a suspender voos de suas aeronaves Airbus A380.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice DAX-30 fechou com queda de 3,70 pontos (0,05%), a 6.750,50 pontos, em linha com as perdas registradas em Wall Street mais cedo, por causa das renovadas preocupações sobre a saúde de alguns países da zona do euro. Commerzbank perdeu 5,16%, após reportar um lucro abaixo das estimativas dos analistas. E.ON cedeu 1,22%, depois de a Nomura rebaixar sua avaliação para as ações da companhia de "comprar" para "neutra" devido à previsão de queda dos preços no mercado de energia. Siemens avançou 1,43%, com relatos de que o conglomerado industrial está perto de assinar um contrato com uma cidade chinesa para fornecer toda a infraestrutura de recarregamento de carros elétricos.

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, encerrou com baixa de 3,03 pontos (0,08%), em 3.913,70 pontos, com os investidores cautelosos antes da divulgação de dados econômicos e balanços de empresas, como a Vinci, Veolia e o Crédit Agricole nesta semana, afirmaram traders. As ações do grupo de mídia Lagardère declinaram 2,2%, depois de a empresa afirmar que o ritmo da receita com publicidade desacelerará no quarto trimestre. As ações das montadoras Renault e PSA Peugeot encerraram com altas de 2,10% e 1,04%, respectivamente.

Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em baixa de 136,30 pontos (1,31%), a 10.291,80 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, encerrou com alta de 34,24 pontos (0,16%), a 21.228,98 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 fechou com perda de 36,99 pontos (0,47%), a 7.881,51 pontos. As informações são da Dow Jones.

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