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Europa fecha em queda mas tem ganhos na semana

Por Álvaro Campos Londres - A maioria das Bolsas europeias fechou em queda, reagindo à divulgação dos dados sobre o nível de emprego nos EUA (payroll), que vieram pior do que o esperado. O índice pan-europeu Stoxx 600 ficou praticamente estável, com pequena retração de 0,04 ponto (0,02%), a 262,27 pontos. Mesmo assim o índice […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2010 às 11h15.

Por Álvaro Campos

Londres - A maioria das Bolsas europeias fechou em queda, reagindo à divulgação dos dados sobre o nível de emprego nos EUA (payroll), que vieram pior do que o esperado. O índice pan-europeu Stoxx 600 ficou praticamente estável, com pequena retração de 0,04 ponto (0,02%), a 262,27 pontos. Mesmo assim o índice registrou avanço de 1,32% na semana.

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O saldo comercial da Alemanha caiu para 9 bilhões de euros em agosto, de 13,5 bilhões de euros em julho, enquanto o superávit em conta corrente do país diminuiu para 4,6 bilhões de euros, de 9,1 bilhões de euros, segundo dados não ajustados do Escritório Federal de Estatísticas, o Destatis. No Reino Unido, o índice de preços ao produtor (PPI) aumentou 4,4% em setembro, em bases anuais, após avançar 4,7% em agosto, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas.

Mas o dado mais importante do dia foram as informações do payroll. A economia dos EUA cortou 95 mil empregos em setembro, segundo informou o Departamento de Trabalho do país. O dado foi muito pior do que o corte de 10 mil vagas esperado pelos economistas ouvidos pela Dow Jones. Mesmo assim, a taxa de desemprego norte-americana permaneceu em 9,6% em setembro, levemente abaixo da previsão dos economistas, que esperavam que o indicador subisse para 9,7%.

Para Edmund Shing, estrategista de ações do Barclays Capital, os dados do payroll não foram tão ruins, já que os números piores do que o esperado em setembro foram compensados, em parte, pela revisão positiva no indicador de agosto. "Após uma fantástica performance dos mercados de ações em setembro, eu não me surpreenderia com mais quedas este mês, como parte de um período de desaceleração, até que a temporada de balanços realmente comece", comentou.

Segundo Julian Pendock, executivo-chefe de investimentos da Senhouse Capital, os bancos europeus ainda não estão fora de perigo. "Eu também não compraria ações de empresas que dependem de gastos do governo ou subsídios. O consumo ainda parece muito frágil em várias partes da Europa e não deve haver uma grande recuperação", acrescentou.

O índice FT-100, da Bolsa de Londres, fechou em ligeira queda de 4,52 pontos (0,08%), em 5.657,61 pontos, mas acima da mínima intraday de 5.606,60 pontos. "Os investidores compraram ações após os dados ruins do payroll aumentarem as especulações de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) vai ser obrigado a anunciar uma nova rodada de medidas de afrouxamento quantitativo", comentou a City Index. Entretanto, a corretora afirmou que se essas novas medidas não forem anunciadas em breve existe potencial para uma forte onda de vendas. Na semana, o índice acumulou alta de 1,16%.

No setor financeiro, o Barclays perdeu 2,24% após o fundo de investimento de Abu Dabi afirmar na noite de ontem que iria diminuir sua considerável exposição ao banco. O fundo vendeu 220 milhões de ações por quase 295 pence. Ainda no setor, o HSBC recuou 0,51% e o Lloyds caiu 0,68%. A Unilever teve retração de 1,68%. O setor de mineração teve um desempenho melhor, impulsionado pelo aumento nos preços das commodities (Anglo American +2,31%, BHP Billiton +1,79%, Randgold Resources +2,20%, Rio Tinto +1,84%, Xstrata +2,86%). A exceção foi a Fresnillo, que perdeu 3,18% depois que o Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação da empresa.

Na Bolsa de Frankfurt, o índice Xetra-DAX fechou em leve alta, de 15,42 pontos (0,25%), em 6.291,67 pontos. No acumulado da semana, o índice avançou 1,29%. Na sessão, as ações do Commerzbank tiveram ganho de 3,15%. Segundo traders, houve cobertura de posições vendidas, depois de relatos que o banco tem planos de adiar uma operação de aumento de capital de quase 5 bilhões de euros prevista para este ano devido às recentes quedas nas ações. A Lufthansa avançou 2,97%. A montadora Volkswagen registrou valorização de 2,47%. A mineradora Kali & Salz Beteiligungs subiu 3,90%. O Departamento de Agricultura dos EUA reduziu a previsão de produção de milho e trigo para este ano, impulsionando as produtoras de fertilizantes, com a expectativa de aumento na demanda por insumos.

O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, fechou em queda de 7,29 pontos (0,19%), em 3.763,18 pontos. A alta do índice na semana foi de 1,93%. O Crédit Agricole perdeu hoje 2,27%, o BNP Paribas recuou 1,35% e o Société Générale caiu 0,91%. A Renault registrou retração de 2,42% e a Michelin teve queda da 1,28%. A petroleira Total perdeu 0,13%. A empresa admitiu que pode ter de suspender a produção na refinaria de La Mede devido à greve que está bloqueando os terminais de Fos e Lavéra há 12 dias. A farmacêutica Sanofi-Aventis, que planeja reduzir sua força de trabalho nos EUA em 25%, recuou 0,16%. Além disso, a francesa está tendo problemas na oferta para aquisição da norte-americana Genzyme.

Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em queda de 19,50 pontos (0,18%), em 10.720,80 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, avançou 58,84 pontos (0,28%) e fechou em 20.750,74 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 subiu 12,86 pontos (0,17%) e fechou em 7.782,24 pontos. As informações são da Dow Jones.

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