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Europa fecha em alta no 1º dia de repercussão pós-Fed

A maioria dos mercados abriu com altas expressivas, acima de 1%, e mantiveram esses ganhos ao longo do pregão

Bolsa de Madri: a Bolsa de Madri fechou com a maior alta da sessão, com ganhos de 2,34%, na máxima de 9.664,30 pontos (REUTERS/Susana Vera)
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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 15h15.

São Paulo - As bolsas europeias fecharam com fortes altas no primeiro dia de repercussão após o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) decidir pela redução da compra de bônus em US$ 10 bilhões a partir de janeiro.

Ao contrário das previsões pessimistas de semanas atrás, as medidas trouxeram ânimo aos investidores, com a leitura de que as mudanças serão graduais e o que os juros seguirão baixos no longo prazo.

Nesse cenário, também prevalece a ideia de que a decisão do banco central norte-americano é a confirmação que o mercado precisava sobre a recuperação da maior economia do mundo. O índice Stoxx Euro 600 subiu 1,7%, aos 319,44 pontos.

As últimas semanas concentraram uma série de indicadores que deram sinais recentes de melhora da economia dos EUA e convenceram o Fed anunciar que começará a reduzir gradualmente o valor das compras de ativos destinadas a estimular o crescimento. Em janeiro, o banco central vai comprar US$ 75 bilhões de títulos do Tesouro e bônus lastreados em hipotecas, US$ 10 bilhões a menos que as aquisições atuais.

Cada um desses ativos terá redução de US$ 5 bilhões nas compras. Além disso, o Fed indicou que as taxas básicas de juros devem permanecer próximas a zero no longo prazo, mesmo depois de a taxa de desemprego cair para menos de 6,5%.

Como as bolsas europeias estavam fechadas no momento do anúncio, as repercussões ficaram para a sessão desta quinta-feira, 19, e a resposta foi muito positiva.

A maioria dos mercados abriu com altas expressivas, acima de 1%, e mantiveram esses ganhos ao longo do pregão. Os investidores encararam a decisão como um presente de natal antecipado. Para analistas, o Fed foi feliz no tom utilizado pelo presidente da casa, Ben Bernanke.

"Com esse discurso, o Fed deixou claro que não há um trajeto definido para a retirada dos estímulos e o movimento pode sofrer ajustes conforme a reação da economia", disse Stan Shamu, analista da corretora IG Markets. Na Europa, outra boa notícia foi o novo passo em direção à tão esperada união bancária da região.


Na noite desta quarta-feira, 19, foi fechado acordo entre ministros de finanças da União Europeia para estabelecer um novo sistema comum de resolução para os casos de problemas no sistema financeiro. Após tensas negociações ao longo dos últimos dias, o modelo aprovado teve forte pressão das autoridades de Berlim que evitaram ao máximo expor o contribuinte alemão no novo modelo.

Entre os indicadores, a zona do euro teve superávit em conta corrente de 21,8 bilhões de euros em outubro, segundo dados do Banco Central Europeu (BCE).

O superávit de setembro foi revisado para cima, a 14,9 bilhões de euros. Nos 12 meses até outubro, o bloco acumulou superávit de 208,3 bilhões de euros (2,2% do PIB), ante superávit de 109,8 bilhões de euros (1,2% do PIB) registrado no mesmo período de 2012.

A Bolsa de Madri fechou com a maior alta da sessão, com ganhos de 2,34%, na máxima de 9.664,30 pontos. Nesta quinta, o Tesouro da Espanha fez o último leilão de títulos do ano e vendeu um total de 2,542 bilhões de euros em bônus para 2018 e 2023. Entre os indicadores, as encomendas à indústria do país tiveram queda de 4,0% em outubro ante o mesmo mês do ano passado.

No mercado corporativo, todas as ações do índice IBEX35 fecharam em alta nesta quinta-feira, com destaque para os papéis do BBVA subindo 2,9%, acompanhado pelo Banco Popular e Caixabank, que tiveram alta de 4,7% e 3,5%, respectivamente.

Em Milão, o índice FTSEMIB também fechou na máxima do pregão, subindo 1,78%, aos 18.4953,99 pontos. Com o acordo sobre a união bancária na zona do euro, os bancos foram o destaque da sessão. As ações do Mediaset subiram 16% e o Banco Monte dei Paschi di Siena tiveram alta de 4,5%.

Na Alemanha, a Bolsa de Frankfurt teve ganhos de 1,7%, aos 9.335,74 pontos. Os papéis do Deutsche Post lideraram o pregão, subindo 3,8%, acompanhado pelas ações da Deutsche Telekom, que tiveram alta de 3,3%, e da SAP, que ganharam 2,7%. As ações da Bayer também fecharam no terreno positivo, com alta de 1,1%, após a companhia se aproximar de uma parceria com a norueguesa Algeta, em um negócio de US$ 2,9 bilhões.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE fechou na máxima, com alta de 1,43%, aos 6.584,70 pontos. Seguindo os ganhos no sistema financeiro europeu, as ações do Barclays fecharam com alta de 2,1%. A AstraZeneca registrou ganhos de 1,09% nas ações após anunciar que está comprando dois empreendimentos na área da saúde por US$ 4,1 bilhões.

O índice CAC40, de Paris, teve alta de 1,6%, aos 4.1177,03, com destaque para ações da Technip, que fecharam em alta de 3,7% e se recuperaram da queda na sessão anterior, que foi pressionada pelas perspectivas para 2014. Em Lisboa, o índice PSI20 ganhou 0,72%, aos 6.446,43 pontos.

Com informações da Dow Jones.

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São Paulo - As bolsas europeias fecharam com fortes altas no primeiro dia de repercussão após o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) decidir pela redução da compra de bônus em US$ 10 bilhões a partir de janeiro.

Ao contrário das previsões pessimistas de semanas atrás, as medidas trouxeram ânimo aos investidores, com a leitura de que as mudanças serão graduais e o que os juros seguirão baixos no longo prazo.

Nesse cenário, também prevalece a ideia de que a decisão do banco central norte-americano é a confirmação que o mercado precisava sobre a recuperação da maior economia do mundo. O índice Stoxx Euro 600 subiu 1,7%, aos 319,44 pontos.

As últimas semanas concentraram uma série de indicadores que deram sinais recentes de melhora da economia dos EUA e convenceram o Fed anunciar que começará a reduzir gradualmente o valor das compras de ativos destinadas a estimular o crescimento. Em janeiro, o banco central vai comprar US$ 75 bilhões de títulos do Tesouro e bônus lastreados em hipotecas, US$ 10 bilhões a menos que as aquisições atuais.

Cada um desses ativos terá redução de US$ 5 bilhões nas compras. Além disso, o Fed indicou que as taxas básicas de juros devem permanecer próximas a zero no longo prazo, mesmo depois de a taxa de desemprego cair para menos de 6,5%.

Como as bolsas europeias estavam fechadas no momento do anúncio, as repercussões ficaram para a sessão desta quinta-feira, 19, e a resposta foi muito positiva.

A maioria dos mercados abriu com altas expressivas, acima de 1%, e mantiveram esses ganhos ao longo do pregão. Os investidores encararam a decisão como um presente de natal antecipado. Para analistas, o Fed foi feliz no tom utilizado pelo presidente da casa, Ben Bernanke.

"Com esse discurso, o Fed deixou claro que não há um trajeto definido para a retirada dos estímulos e o movimento pode sofrer ajustes conforme a reação da economia", disse Stan Shamu, analista da corretora IG Markets. Na Europa, outra boa notícia foi o novo passo em direção à tão esperada união bancária da região.


Na noite desta quarta-feira, 19, foi fechado acordo entre ministros de finanças da União Europeia para estabelecer um novo sistema comum de resolução para os casos de problemas no sistema financeiro. Após tensas negociações ao longo dos últimos dias, o modelo aprovado teve forte pressão das autoridades de Berlim que evitaram ao máximo expor o contribuinte alemão no novo modelo.

Entre os indicadores, a zona do euro teve superávit em conta corrente de 21,8 bilhões de euros em outubro, segundo dados do Banco Central Europeu (BCE).

O superávit de setembro foi revisado para cima, a 14,9 bilhões de euros. Nos 12 meses até outubro, o bloco acumulou superávit de 208,3 bilhões de euros (2,2% do PIB), ante superávit de 109,8 bilhões de euros (1,2% do PIB) registrado no mesmo período de 2012.

A Bolsa de Madri fechou com a maior alta da sessão, com ganhos de 2,34%, na máxima de 9.664,30 pontos. Nesta quinta, o Tesouro da Espanha fez o último leilão de títulos do ano e vendeu um total de 2,542 bilhões de euros em bônus para 2018 e 2023. Entre os indicadores, as encomendas à indústria do país tiveram queda de 4,0% em outubro ante o mesmo mês do ano passado.

No mercado corporativo, todas as ações do índice IBEX35 fecharam em alta nesta quinta-feira, com destaque para os papéis do BBVA subindo 2,9%, acompanhado pelo Banco Popular e Caixabank, que tiveram alta de 4,7% e 3,5%, respectivamente.

Em Milão, o índice FTSEMIB também fechou na máxima do pregão, subindo 1,78%, aos 18.4953,99 pontos. Com o acordo sobre a união bancária na zona do euro, os bancos foram o destaque da sessão. As ações do Mediaset subiram 16% e o Banco Monte dei Paschi di Siena tiveram alta de 4,5%.

Na Alemanha, a Bolsa de Frankfurt teve ganhos de 1,7%, aos 9.335,74 pontos. Os papéis do Deutsche Post lideraram o pregão, subindo 3,8%, acompanhado pelas ações da Deutsche Telekom, que tiveram alta de 3,3%, e da SAP, que ganharam 2,7%. As ações da Bayer também fecharam no terreno positivo, com alta de 1,1%, após a companhia se aproximar de uma parceria com a norueguesa Algeta, em um negócio de US$ 2,9 bilhões.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE fechou na máxima, com alta de 1,43%, aos 6.584,70 pontos. Seguindo os ganhos no sistema financeiro europeu, as ações do Barclays fecharam com alta de 2,1%. A AstraZeneca registrou ganhos de 1,09% nas ações após anunciar que está comprando dois empreendimentos na área da saúde por US$ 4,1 bilhões.

O índice CAC40, de Paris, teve alta de 1,6%, aos 4.1177,03, com destaque para ações da Technip, que fecharam em alta de 3,7% e se recuperaram da queda na sessão anterior, que foi pressionada pelas perspectivas para 2014. Em Lisboa, o índice PSI20 ganhou 0,72%, aos 6.446,43 pontos.

Com informações da Dow Jones.

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