Espanha pede ajuda para bancos e aguarda corte da Moody's
Há expectativa de que a agência de classificação de risco rebaixe os ratings de todos os bancos espanhóis
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2012 às 11h55.
Madri - A Espanha pediu formalmente nesta segunda-feira ajuda europeia para seus bancos, mas a falta de detalhes reacendeu as dúvidas dos investidores sobre o setor financeiro diante da expectativa de que a Moody's rebaixe os ratings de todos os bancos espanhóis.
Duas fontes do mercado financeiro disseram à Reuters que o rebaixamento pela Moody's, que segue-se ao corte do rating soberano da Espanha em três notas no dia 13 de junho, deve acontecer ainda nesta segunda-feira.
Em carta para o presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse que gostaria de aceitar a oferta de 100 bilhões de euros da União Europeia (UE), e que espera concluir o pacote até 9 de julho.
Mas ele não informou quanto a Espanha precisará para recapitalizar os bancos endividados e disse que o valor final e as condições da assistência ainda estão em discussão.
As ações dos bancos espanhóis recuavam 3,16 por cento e o risco-país da Espanha, medido pelo spread entre os títulos referenciais alemães e espanhóis, subiu para 504 pontos-base.
De Guindos afirmou que a auditoria independente do setor bancário divulgada na última quinta-feira será usada como ponto de partida para determinar as necessidades de capital, às quais deverá ser adicionada uma quantia de segurança.
A auditoria mostrou que os bancos espanhóis, afetados por uma quebra do mercado imobiliário quatro anos atrás, precisam de até 62 bilhões de euros para enfrentar um forte declínio econômico.
Analistas dizem que a quarta maior economia da zona do euro, que se tornou o foco da crise da dívida, sofrerá para sair da recessão, a menos que os problemas bancários sejam resolvidos.
De acordo com fontes financeiras e do governo, quatro bancos nacionalizados - Bankia, CatalunyaCaixa, NovaGalicia e Banco de Valencia - receberão a maior parta da ajuda. Esses bancos podem precisar de uma injeção de dinheiro de aproximadamente 40 bilhões de euros já em julho, disseram as fontes.
O mecanismo de resgate -o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês) ou o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês)- que será usado para alavancar o dinheiro será escolhido num próximo estágio.
Essa questão é importante porque o ESM possui um status de devedor preferencial que colocaria detentores de títulos privados no final da fila para receber os pagamentos de seus investimentos.
Sem perdas
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, que preside as reuniões mensais de ministros das Finanças da zona do euro, afirmou que recebeu o pedido e que dará uma resposta "no devido tempo".
"Esperamos dar um mandato à Comissão, em conjunto com o Banco Central Europeu (BCE) e a Autoridade Bancária Europeia (EBA), para negociar a condicionalidade política necessária para o setor financeiro, incluindo planos de reestruturação de acordo com as regras de ajuda aos Estados da UE, que devem acompanhar a assistência financeira", disse ele em comunicado.
Normalmente a Comissão Europeia exige que os bancos que recebem ajuda vendam ativos, fechem agências e realizem reestruturações.
Isso, entretanto, não envolveria perdas a detentores de títulos dos bancos, algo que De Guindos descartou na sexta-feira.
O secretário de Estado para Economia da Espanha, Fernando Jimenez Latorre, disse nesta segunda-feira que a ajuda financeira da União Europeia deve chegar aos bancos dentro de três a quatro meses, e que mecanismos transitórios de liquidez seriam usados para aquelas entidades que precisarem com mais urgência.
"Nas próximas semanas vamos esclarecer as dúvidas sobre a ajuda europeia, as condições para os créditos, o vencimento, se irá afetar o déficit", disse ele.
Ele acrescentou que a possibilidade de canalizar ajuda europeia diretamente aos bancos ainda é uma opção. A carta de pedido, entretanto, afirma que o fundo de reestruturação bancária da Espanha, conhecido como FROB, irá receber o dinheiro e distribuí-lo aos bancos.
Documentos divulgados na sexta-feira após a auditoria independente mostraram que a Espanha irá realizar outro teste de estresse de seus bancos até outubro, com foco em sete credores que podem não precisar de ajuda neste momento, mas que podem estar vulneráveis.
Madri - A Espanha pediu formalmente nesta segunda-feira ajuda europeia para seus bancos, mas a falta de detalhes reacendeu as dúvidas dos investidores sobre o setor financeiro diante da expectativa de que a Moody's rebaixe os ratings de todos os bancos espanhóis.
Duas fontes do mercado financeiro disseram à Reuters que o rebaixamento pela Moody's, que segue-se ao corte do rating soberano da Espanha em três notas no dia 13 de junho, deve acontecer ainda nesta segunda-feira.
Em carta para o presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse que gostaria de aceitar a oferta de 100 bilhões de euros da União Europeia (UE), e que espera concluir o pacote até 9 de julho.
Mas ele não informou quanto a Espanha precisará para recapitalizar os bancos endividados e disse que o valor final e as condições da assistência ainda estão em discussão.
As ações dos bancos espanhóis recuavam 3,16 por cento e o risco-país da Espanha, medido pelo spread entre os títulos referenciais alemães e espanhóis, subiu para 504 pontos-base.
De Guindos afirmou que a auditoria independente do setor bancário divulgada na última quinta-feira será usada como ponto de partida para determinar as necessidades de capital, às quais deverá ser adicionada uma quantia de segurança.
A auditoria mostrou que os bancos espanhóis, afetados por uma quebra do mercado imobiliário quatro anos atrás, precisam de até 62 bilhões de euros para enfrentar um forte declínio econômico.
Analistas dizem que a quarta maior economia da zona do euro, que se tornou o foco da crise da dívida, sofrerá para sair da recessão, a menos que os problemas bancários sejam resolvidos.
De acordo com fontes financeiras e do governo, quatro bancos nacionalizados - Bankia, CatalunyaCaixa, NovaGalicia e Banco de Valencia - receberão a maior parta da ajuda. Esses bancos podem precisar de uma injeção de dinheiro de aproximadamente 40 bilhões de euros já em julho, disseram as fontes.
O mecanismo de resgate -o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (ESM, na sigla em inglês) ou o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês)- que será usado para alavancar o dinheiro será escolhido num próximo estágio.
Essa questão é importante porque o ESM possui um status de devedor preferencial que colocaria detentores de títulos privados no final da fila para receber os pagamentos de seus investimentos.
Sem perdas
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, que preside as reuniões mensais de ministros das Finanças da zona do euro, afirmou que recebeu o pedido e que dará uma resposta "no devido tempo".
"Esperamos dar um mandato à Comissão, em conjunto com o Banco Central Europeu (BCE) e a Autoridade Bancária Europeia (EBA), para negociar a condicionalidade política necessária para o setor financeiro, incluindo planos de reestruturação de acordo com as regras de ajuda aos Estados da UE, que devem acompanhar a assistência financeira", disse ele em comunicado.
Normalmente a Comissão Europeia exige que os bancos que recebem ajuda vendam ativos, fechem agências e realizem reestruturações.
Isso, entretanto, não envolveria perdas a detentores de títulos dos bancos, algo que De Guindos descartou na sexta-feira.
O secretário de Estado para Economia da Espanha, Fernando Jimenez Latorre, disse nesta segunda-feira que a ajuda financeira da União Europeia deve chegar aos bancos dentro de três a quatro meses, e que mecanismos transitórios de liquidez seriam usados para aquelas entidades que precisarem com mais urgência.
"Nas próximas semanas vamos esclarecer as dúvidas sobre a ajuda europeia, as condições para os créditos, o vencimento, se irá afetar o déficit", disse ele.
Ele acrescentou que a possibilidade de canalizar ajuda europeia diretamente aos bancos ainda é uma opção. A carta de pedido, entretanto, afirma que o fundo de reestruturação bancária da Espanha, conhecido como FROB, irá receber o dinheiro e distribuí-lo aos bancos.
Documentos divulgados na sexta-feira após a auditoria independente mostraram que a Espanha irá realizar outro teste de estresse de seus bancos até outubro, com foco em sete credores que podem não precisar de ajuda neste momento, mas que podem estar vulneráveis.