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Equilíbrio da taxa de juros seria entre 5% e 6%, diz Ilan Goldfajn, ex-BC

Para o atual presidente do conselho do Credit Suisse, país pode conviver com taxa de um dígito, em declarações no Fórum GRI de Fundos Imobiliários

Ilan Goldfajn: ex-presidente do BC e presidente do Conselho do Credit Suisse Brasil (Adriano Machado/Reuters)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 10h43.

Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 11h09.

O ex-presidente do Banco Central e atual presidente do Conselho do Credit Suisse Brasil, Ilan Goldfajn , não vê a taxa básica de juros Selic retornando ao patamar de dois dígitos, mas afirma que o cenário de “equilíbrio” seria entre 5% e 6%, ou seja, quatro pontos percentuais acima da praticada atualmente. As declarações foram dadas no Fórum GRI de Fundos Imobiliários, em São Paulo, o maior evento do setor, que tem parceria com a EXAME.

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“O Brasil consegue viver com uma taxa de juros de 1 dígito, quando muito baixa, perto de 2%. Em equilíbrio, essa taxa ficaria entre 5% a 6% no máximo. E quando trabalhar para derrubar a inflação, ela voltaria para 9%”, disse no evento destinado ao mercado de fundos imobiliários nesta quarta-feira, 18.

“Por que fala em 5% e não 2%? Acho que a inflação deve convergir para a meta. Esse ano, [o IPCA] deve dar 3,5%. Se der tudo certo, o Credit está projetando uma inflação de 4% para o ano que vem.”

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Com os juros estruturalmente menores no país, Goldfajn acredita que a poupança dos brasileiros também terá que ser alterada. “Não estamos mais no mundo em que boa parte do portfólio das famílias deve se concentrar em renda fixa. Isso rendia muito no passado, principalmente após a saída da hiperinflação, pois passamos décadas com juros altos. Isso está mudando”, afirmou.

Nesse cenário, segundo ele, “investimentos alternativos” podem se tornar uma saída. “Vemos fluxos locais contínuos para a bolsa, para fundos alternativos e imobiliários, que são de fato uma alternativa muito relevante para o portfólio das famílias ao longo do tempo.”

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