Eletrobras perde R$ 10 bilhões enquanto a privatização não acontece
A estatal enfrenta dias difíceis à espera do andamento do processo de privatização de suas distribuidoras
Karla Mamona
Publicado em 28 de junho de 2018 às 16h27.
São Paulo - O processo de privatização da Eletrobras ganhou mais uma capítulo na tarde de ontem. O ministro doSupremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski , concedeu duas liminares que dificultam a venda das distribuidoras da estatal.
A primeira proíbe que o governo venda o controle acionário das estatais sem o aval do Congresso. A segunda liminar suspende o leilão da CEAL, distribuidora da Eletrobras, que atende o estado de Alagoas.
A notícia fez com que os papéis preferenciais da estatal chegassem a cair mais de 5% na Bolsa.
Hoje, com a afirmação feita por Moreira Franco, ministro de Minas e Energia, de que o governoestá confiante de que será possível derrubar a liminar que impede a realização de um leilão para a venda de seis distribuidoras as ações voltaram a subir, alta de 2%.
Além das liminares emitidas pelo STF, o próprio governo já admitiu que a privatização das estatais pode não sair este ano.
“Os prazos estão mais curtos para fazer uma operação esse ano. E a gente ainda não aprovou a lei da privatização das distribuidoras. Existe sim a possibilidade de não ocorrer este ano”, afirmou Eduardo Guardia, ministro da Fazenda.
Somado a isso, o processo de privatização foi paralisado pela Justiça do Trabalho. No início do mês, oTribunal Regional do Trabalho 1ª Região determinou que a Eletrobras suspendesse o processo até a realização de estudos sobre o impacto da medida sobre contratos de trabalho nas empresas. A decisão foi tomada após ação movida por sindicatos de funcionários da companhia.
Dias difíceis
Diante deste cenário, as ações da Eletrobras seguem em derrocada na Bolsa. De janeiro a junho, os papéis preferenciais acumulam queda de 38% e os ordinários, de 36%.
Com a desvalorização dos papéis, o valor de mercado da estatal encolheu. Em janeiro, o valor de mercado da estatal era estimado em 27,05 bilhões de reais.
Atualmente, o valor de mercado da estatal é de 16,67 bilhões de reais, ou seja, uma redução de 10 bilhões de reais, segundo dados divulgado pela Economatica, provedora de informações financeiras, a pedido do site EXAME.