Economista-chefe do BCE pede demissão e mercados desabam
Bolsas de Itália, Espanha e Alemanha fecharam em baixa superior a 4% após o anuncio da saída de Juergen Stark da instituição
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2011 às 16h16.
Frankfurt - O economista-chefe do Banco Central Europeu, Juergen Stark, pediu demissão de forma surpreendente nesta sexta-feira, levando o euro e os mercados de ações europeus a uma queda-livre, enquanto os temores sobre a crise da dívida aprofundaram-se.
Em um curto comunicado, o BCE informou que Stark, 63 anos, decidiu pedir demissão por "motivos pessoais" antes do fim de seu contrato, em maio de 2014.
O anúncio fez os mercados mergulharem, com o euro caindo abaixo de 1,37 dólar, pela primeira vez desde fevereiro.
Os mercados de ações da Europa também caíram, com o índice DAX 30 em Frankfurt perdendo mais de 4,4%; o CAC-40 de Paris, mais de 3,6%; o IBEX-35 em Madri, 4,4%; e o FTSE Mid Index em Milão, 4,9%.
Stark, que entrou no comitê executivo do banco em junho de 2006, "ficará em seu cargo até que um sucessor seja escolhido, o que ocorrerá, de acordo com os procedimentos previstos, até o fim deste ano", disse o BCE em comunicado.
Stark, um dos membros mais linha-dura do BCE, que recentemente foi apelidado de "Rottweiler" por um jornal grego, tem sido crítico ao controverso programa da instituição de comprar títulos de países - como a Grécia - que estão tendo dificuldades de se financiar pelos mercados.
O programa foi colocado em espera até o mês passado, quando, de acordo com a imprensa, tanto Stark como o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, votaram contra sua retomada.
Na quinta-feira, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, respondeu ao criticismo alemão em relação ao programa.
O banco só embarcou em tal plano "porque os governos em questão não se comportaram bem", disse o francês.
"Gostaria de ouvir algum elogio para uma instituição que ajudou a Alemanha a ter estabilidade de preços por quase 13 anos."
Mas o comunicado do BCE não mencionou tais divergências.
Em vez disso, afirma que Trichet agradeceu Stark "de coração aberto por sua ampla contribuição para a unidade europeia por muitos anos".
Trichet "expressou particular gratidão por sua dedicação excepcional e inabalável como membro do comitê executivo e conselheiro por mais de cinco anos".
Analistas, no entanto, sugerem que a saída de Stark pode apontar para divergências mais profundas entre as políticas da Zona Euro e da União Europeia sobre o caminho a tomar para resolver a crise da dívida, principalmente sendo esta a segunda renúncia alemã em Frankfurt nos últimos seis meses, depois que o presidente do Bundesbank, Axel Weber, saiu em fevereiro.
"Parece confirmar que há uma profunda divisão dentro da Comissão Europeia", afirma Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg Bank.
A demissão "alimentará a desconfiança nos mercados globais de que a Alemanha poderá eventualmente sair da união monetária. Caso isso aconteça, poderá exacerbar as tensões nos mercados por algum tempo", disse Schmieding.
Frankfurt - O economista-chefe do Banco Central Europeu, Juergen Stark, pediu demissão de forma surpreendente nesta sexta-feira, levando o euro e os mercados de ações europeus a uma queda-livre, enquanto os temores sobre a crise da dívida aprofundaram-se.
Em um curto comunicado, o BCE informou que Stark, 63 anos, decidiu pedir demissão por "motivos pessoais" antes do fim de seu contrato, em maio de 2014.
O anúncio fez os mercados mergulharem, com o euro caindo abaixo de 1,37 dólar, pela primeira vez desde fevereiro.
Os mercados de ações da Europa também caíram, com o índice DAX 30 em Frankfurt perdendo mais de 4,4%; o CAC-40 de Paris, mais de 3,6%; o IBEX-35 em Madri, 4,4%; e o FTSE Mid Index em Milão, 4,9%.
Stark, que entrou no comitê executivo do banco em junho de 2006, "ficará em seu cargo até que um sucessor seja escolhido, o que ocorrerá, de acordo com os procedimentos previstos, até o fim deste ano", disse o BCE em comunicado.
Stark, um dos membros mais linha-dura do BCE, que recentemente foi apelidado de "Rottweiler" por um jornal grego, tem sido crítico ao controverso programa da instituição de comprar títulos de países - como a Grécia - que estão tendo dificuldades de se financiar pelos mercados.
O programa foi colocado em espera até o mês passado, quando, de acordo com a imprensa, tanto Stark como o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, votaram contra sua retomada.
Na quinta-feira, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, respondeu ao criticismo alemão em relação ao programa.
O banco só embarcou em tal plano "porque os governos em questão não se comportaram bem", disse o francês.
"Gostaria de ouvir algum elogio para uma instituição que ajudou a Alemanha a ter estabilidade de preços por quase 13 anos."
Mas o comunicado do BCE não mencionou tais divergências.
Em vez disso, afirma que Trichet agradeceu Stark "de coração aberto por sua ampla contribuição para a unidade europeia por muitos anos".
Trichet "expressou particular gratidão por sua dedicação excepcional e inabalável como membro do comitê executivo e conselheiro por mais de cinco anos".
Analistas, no entanto, sugerem que a saída de Stark pode apontar para divergências mais profundas entre as políticas da Zona Euro e da União Europeia sobre o caminho a tomar para resolver a crise da dívida, principalmente sendo esta a segunda renúncia alemã em Frankfurt nos últimos seis meses, depois que o presidente do Bundesbank, Axel Weber, saiu em fevereiro.
"Parece confirmar que há uma profunda divisão dentro da Comissão Europeia", afirma Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg Bank.
A demissão "alimentará a desconfiança nos mercados globais de que a Alemanha poderá eventualmente sair da união monetária. Caso isso aconteça, poderá exacerbar as tensões nos mercados por algum tempo", disse Schmieding.