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Dúvidas sobre juros nos EUA conduzem queda do dólar

Dúvidas sobre o momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a elevar suas taxas de juros conduziram os negócios com dólar


	Dólar: no Brasil, a moeda à vista fechou com baixa de 1,09%, aos R$ 2,6390 no balcão
 (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

Dólar: no Brasil, a moeda à vista fechou com baixa de 1,09%, aos R$ 2,6390 no balcão (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 16h17.

São Paulo - As dúvidas sobre o momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a elevar suas taxas de juros conduziram os negócios com dólar nesta sexta-feira, 9.

A divulgação dos dados do relatório de empregos (payroll) americano pela manhã, com criação de vagas em dezembro, mas retração da renda, somou-se a declarações mais recentes de autoridades no sentido de cautela antes do aperto monetário.

Neste cenário, o mercado financeiro passou a ajustar parte de suas apostas, prevendo que os juros podem levar mais tempo para subir nos EUA.

Isso se traduziu na queda do dólar ante o real e ante várias outras moedas de países emergentes ou ligados a commodities.

No Brasil, a moeda à vista fechou com baixa de 1,09%, aos R$ 2,6390 no balcão.

Foi o segundo recuo consecutivo, sendo que nos últimos quatro dias a tendência predominante foi baixista - na quarta-feira, a divisa só não recuou porque houve especulação na reta final, antes da divulgação da ata do Federal Reserve.

No mercado futuro, o dólar para fevereiro, que encerra apenas às 18 horas, cedia 1,03%, aos R$ 2,6540.

Pela manhã, o dólar no balcão chegou até a subir, marcando a máxima de R$ 2,6730 (+0,19%) às 9h57, quando os investidores ainda aguardavam os números de emprego dos EUA.

A moeda chegou a cair antes mesmo do payroll, mas foi após a divulgação dos dados que o dólar começou a se firmar em baixa.

Tudo porque o relatório mostrou a criação de 252 mil vagas de emprego nos EUA em dezembro, acima da previsão de 240 mil, mas indicou que o salário médio por hora no mês caiu US$ 0,05, para US$ 24,57.

Parece pouco, mas surpreendeu porque a expectativa era de alta da renda proveniente de salários. Este detalhe reforçou as dúvidas sobre se o país estará, de fato, preparado para subir juros a partir de meados deste ano.

Aliás, o presidente da unidade de Chicago do Federal Reserve, Charles Evans, voltou a defender hoje que os juros não subam no país em 2015.

"Não deveríamos elevar os juros antes de 2016 se as coisas saírem como eu estou esperando", comentou.

Evans possui direito a voto no comitê de política monetária do Fed neste ano.

Neste cenário, o dólar chegou a R$ 2,6290 (-1,46%) às 15h23 no balcão, para depois desacelerar um pouco as perdas. Da máxima vista mais cedo para esta mínima, a oscilação foi de -1,65%.

Pela manhã, o Banco Central fez ainda os leilões de swap (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) previstos: vendeu 2 mil contratos (US$ 98,4 milhões) da operação diária e outros 10 mil contratos (US$ 491,2 milhões) para rolagem dos vencimentos de fevereiro.

O giro à vista somava cerca de US$ 1,645 bilhão perto das 16h30, enquanto o dólar para fevereiro havia movimentado quase US$ 15 bilhões.

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