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Ibovespa interrompe 4 quedas seguidas e sobe 1,3%, com Petrobras e Vale

Dados da economia americana acima do esperado, falas de Guedes e Lagarde ajudam a aliviar tensão no mercado financeiro

Bolsa: Ibovespa futuro sobe dantes do início do pregão à vista (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa futuro sobe dantes do início do pregão à vista (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 10h00.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 17h53.

Em mais um pregão marcado por forte volatilidade, o Ibovespa conseguiu se afastar do mau humor visto mais cedo, na mínima do dia caiu 2,07%, e fechou em alta de 1,27%, indo para 96.582 pontos, puxado pelos papéis de Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3), que reportaram balanços trimestrais ontem à noite, e acompanhando o tom positivo do mercado americano. Esse foi o primeiro avanço do índice depois de quatro quedas seguidas. Em Nova York, os principais índices acionários encerraram em alta, após Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos acima do esperado e com setor de tecnologia em forte alta antes de resultados.

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O dólar comercial amenizou os ganhos e fechou em leve alta de 0,03%, a 5,765 na venda, em meio ao apetite ao risco no exterior e após comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, indo na direção da responsabilidade fiscal.

O ministro disse, em audiência pública da comissão mista que acompanha o enfrentamento à covid-19 no Congresso Nacional, que a classe política brasileira não pode tomar uma decisão fiscal irresponsável para tirar o Renda Brasil do papel e afirmou ainda para não contar com ele para estender gastos sem compromissos orçamentários. “Contem comigo para uma resposta correta politicamente, responsável", avisou Guedes.

Mais cedo, no entanto, outro comentário do ministro gerou estresse no mercado, contribuindo para a volatilidade do dia. Guedes disse que a instituição de um novo imposto digital é uma necessidade para bancar a desoneração da folha de pagamento das empresas. Contudo, pouco depois, afirmou que o imposto digital está morto, que não havia imposto algum, o que ajudou a acalmar os ânimos dos investidores. 

Também contribuiu para a alta das bolsas hoje as falas da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que disse, em entrevista coletiva, que já existe um consenso no conselho da instituição para que novas ações sejam tomadas na próxima reunião, em dezembro. O comentário ajudou a puxar para cima também o índice alemão DAX, cotado em Frankfurt, que fechou em alta de 0,32%. O FTSE 100, de Londres, CAC 40, de Paris, e FTSE MIB, de Milão, encerraram em leves baixas de 0,02%, 0,03%, 0,14%, respectivamente, afastados da mínima do dia.  

Segundo o analista Pedro Galdi, da Mirae Asset, o discurso de Lagarde melhorou o humor lá fora e ajudou a puxar também o Ibovespa, além de comentários de Guedes, que baixaram especulações sobre a economia local.

Entre as maiores altas em variação do Ibovespa, figuraram as ações de Cogna (COGN3), Rumo (RAIL3) e Fleury (FLRY3), com ganhos de 6,82%, 4,56% e 4,50%, respectivamente. Do outro lado, Ambev (ABEV3), que reportou balanço esta manhã, Carrefour (CRFB3) e Eztec (EZTC3) encabeçaram as perdas, com quedas de 3,59%, 2,54% e 2,26%, nesta ordem.  

EUA 

Em Nova York, os principais índices acionários Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam com ganhos de 0,87%, 1,19% e 1,64%, respectivamente.

Além do impulso das ações de tecnologia, que subiram forte antes de balanços de gigantes do setor, como Amazon, Alphabet, dona do Google, Apple e Facebook, que reportaram resultados após o pregão de hoje, os investidores repercutiram dados da economia americana, que vieram melhores do que o esperado.

Divulgado nesta manhã, o PIB dos Estados do Unidos do terceiro trimestre, que teve crescimento de 33,1% em relação ao trimestre anterior, quando a economia americana teve contração de 31,4%. A expectativa era de 32% de alta no período. Outro dado que ajudou a manter alguma esperança sobre a recuperação da maior economia do mundo foram os pedidos semanais de seguro desemprego, que caíram para a mínima desde o início da pandemia. Na semana, foram registrados 751.000 pedidos contra a estimativa de 775.000. Os números da semana anterior, porém, foram revisados para cima, para 791.000.

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