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Dólar tem sessão volátil, mas cai com otimismo externo

SÃO PAULO (Reuters) - A surpresa positiva com o mercado de trabalho dos Estados Unidos abriu caminho para a queda do dólar nesta sexta-feira, apesar da volatilidade pontual causada por compras de moeda estrangeira e por declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega.   A moeda norte-americana caiu 0,33 por cento, para 1,786 real. Na […]

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2010 às 17h15.

SÃO PAULO (Reuters) - A surpresa positiva com o mercado de trabalho dos Estados Unidos abriu caminho para a queda do dólar nesta sexta-feira, apesar da volatilidade pontual causada por compras de moeda estrangeira e por declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A moeda norte-americana caiu 0,33 por cento, para 1,786 real. Na semana, a baixa do dólar foi de 1,16 por cento.

O principal fator por trás do otimismo do mercado internacional foi o fechamento de menos postos de trabalho nos Estados Unidos que o esperado em fevereiro, mesmo com o inverno rigoroso no país.

No fim da tarde, as principais bolsas de valores subiam cerca de 1 por cento no Brasil e em Nova York, e ativos considerados de risco como commodities e moedas de perfil semelhante ao real também se valorizavam. Na mínima do dia, a divisa dos Estados Unidos chegou a valer 1,779 real.

A queda, no entanto, foi amenizada no final da sessão por uma operação de saída de cerca de 200 milhões de dólares, informou o operador de câmbio de uma corretora local, que pediu para não ser citado. Ao longo do dia, profissionais já comentavam que a baixa do dólar para perto dos menores níveis desde janeiro atraía compradores para o mercado.

Outro fator que chegou a pressionar o dólar, embora apenas brevemente, foram declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O ministro disse que foram bem-sucedidas as medidas adotadas em 2009 para frear a queda excessiva do dólar, como a taxação da entrada de capital estrangeiro para bolsa e renda fixa, mas afirmou que o atual patamar ainda não é o ideal em termos de competitividade. Ele ponderou que não quer fazer nada que perturbe os mercados.

Inicialmente, uma parte dos investidores, principalmente no exterior, interpretou a fala de Mantega como um sinal de que o governo estaria endurecendo novamente o discurso contra a alta do real. Rapidamente, a moeda chegou a 1,79 real e anulou a queda que exibia desde o começo da manhã.

Mas essa versão perdeu força pouco depois, e o dólar voltou a cair acompanhando o cenário internacional. De acordo com André Sacconato, economista da Tendências Consultoria, o efeito da fala de Mantega no fim do dia foi "zero" sobre o mercado.

"Ele bate e assopra", disse, explicando que Mantega não deu sinais nem de uma ação concreta sobre o câmbio e nem de conforto com a atual taxa.

Na próxima semana, o mercado deve continuar monitorando o cenário internacional, principalmente quanto aos desdobramentos da crise da Grécia. O mercado também vê mais perto as ofertas de ações anunciadas, que devem atrair bilhões de dólares ao mercado local.

Em Nova York, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou que a instituição estuda medidas para modernizar as operações em moeda estrangeira no país e tornar o mercado local mais "eficiente".

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