Dólar tem maior queda em 2 semanas e fecha a R$ 4,14
Nas três sessões anteriores, a cotação havia acumulado alta de 4,39%.
Reuters
Publicado em 11 de novembro de 2019 às 17h52.
Última atualização em 8 de junho de 2020 às 15h32.
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve nesta segunda-feira a maior queda em duas semanas frente ao real, com o mercado realizando parte dos lucros depois de a divisa ter registrado na semana passada a maior alta semanal em 14 meses.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,61%, a 4,1428 reais na venda. É a mais forte desvalorização percentual diária desde 25 de outubro (-0,88%). Nas três sessões anteriores, todas de valorização, a cotação havia acumulado alta de 4,39%.
O real esteve entre as moedas de melhor desempenho nesta sessão, em sintonia com a correção vista em outros mercados brasileiros, com o Ibovespa em alta e os juros futuros em queda.
O mercado se acomodou depois da forte volatilidade da semana passada, na esteira da frustração com a participação de estrangeiros no leilão do excedente da cessão onerosa e da soltura do ex-presidente Lula.
Cleber Alessie, da H.Commcor, contudo, chamou atenção para a variação mais limitada do prêmio de risco-Brasil medido pelo CDS de cinco anos. Na semana passada, o CDS subiu 0,44%, ao passo que o dólar saltou 4,3%.
"A questão é que dólar a 4,10 (reais), 4,15 não é mais sinal vermelho. O fundamento do câmbio está mudado, por causa do retorno baixo", disse o profissional.
O retorno a que ele se referiu está relacionado ao juro "extra" pago pelas aplicações em real em comparação aos investimentos em ativos denominados em outras moedas, como dólar ou peso mexicano. A queda desse diferencial é resultado de sucessivos cortes da Selic a mínimas históricas.
Mas o UBS ponderou que o ciclo de afrouxamento monetário no Brasil está "bem precificado", enquanto o de outros países ainda não está contabilizado. Por isso, o banco recomenda posição comprada em real contra a moeda do México, país que apenas iniciou processo de cortes de juros.
"Além disso, o Brasil está entre as economias mais fechadas do mundo... o que deve ajudar a economia a seguir resiliente durante uma desaceleração econômica global", acrescentaram estrategistas do banco suíço em nota a clientes.