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Dólar tem estabilidade com incertezas sobre crescimento

Os investidores evitam fazer apostas arriscadas depois que a China divulgou números ruins de exportação e importação

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 12h25.

São Paulo - O dólar rondava a estabilidade ante o real nesta sexta-feira, com os investidores evitando fazer apostas arriscadas depois que a China divulgou números ruins de exportação e importação, alimentando novos temores sobre a recuperação do crescimento global.

Analistas destacavam que, enquanto os temores com a China puxavam uma tendência de alta para o dólar, entradas pontuais de fluxo e a aproximação do piso informal de 2 reais seguravam ganhos maiores da moeda norte-americana.

Às 12h12 dólar subia 0,04 por cento, para 2,0173 reais na venda, num dia de poucas oscilações. A moeda atingiu 2,0230 reais na máxima do dia e 2,0155 reais na mínima.

"Uma desaceleração da economia chinesa é prejudicial para todo mundo. Nós somos um dos parceiros mais fortes da China, tanto na exportação, como na importação, e resultados ruins vão se refletir na nossa economia, na nossa balança comercial", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

As exportações chinesas cresceram apenas 1,0 por cento em julho ante o mesmo período do ano passado, resultado muito mais fraco do que as expectativas de aumento de 8,6 por cento. As importações cresceram 4,7 por cento, também abaixo das estimativas.

Esse resultado somou-se a outros dados fracos do país divulgados na véspera, mostrando que novos empréstimos atingiram o menor nível em 10 meses e que a produção industrial cresceu no ritmo mais lento em três anos.

Galhardo destacou, no entanto, que entradas pontuais de fluxos de investidores que estão buscando fazer posições de "hedge" ou garantir a atual taxa de câmbio em contratos futuros de exportação exerciam pressão contrária sobre o dólar e evitavam altas maiores da moeda.

"Como os investidores não estão vendo o patamar do dólar se deslocar muito nos últimos dias, eles estão aproveitando o momento para fechar contratos nesse nível", disse o gerente.

A chance de o Banco Central voltar a intervir no mercado de câmbio se o dólar romper o piso informal de 2 reais também influenciava o movimento desta sessão.

"Nós sabemos que quanto mais próximo de 2 reais, mais palatável fica a intervenção do BC", afirmou Galhardo, lembrando a declaração do diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, que afirmou no começo de julho que o dólar abaixo de 2 reais poderia ser prejudicial à indústria brasileira e que a autoridade monetária poderia intervir comprando dólares se necessário.

"E como nós sabemos que o mercado testa máximas e mínimas, é bem provável que o mercado vá testar esse patamar de 2 reais", acrescentou o gerente de câmbio.

O diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, ressaltou ainda o baixo volume do mercado de câmbio nas últimas sessões e na manhã desta sexta-feira como um motivo a pouca variação do dólar.

"Nós estamos vendo o mercado totalmente parado, com um volume muito pequeno até agora. O mercado está fraco", afirmou Medeiros, ressaltando a cautela dos investidores.

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